sexta-feira, 17 de maio de 2013

FIlme do fim-de-semana: A Pele



Não sei vocês, mas eu gosto de filme estranho e gosto da Nicole Kidman, então A Pele é um dos melhores com essa combinação. Os elementos dessa obra são bem esquisitões, temos uma dona de casa dos anos 50 vivendo uma vida normal, um vizinho misterioso chega para morar na porta em frente a seu apartamento, uma família que não reflete o estado de espírito dela. Some tudo isso a um desejo dessa dona de casa em mudar sua vida. Pronto temos aí a receita do bolo. Nicole Kidman interpreta uma fotógrafa norte-americana chamada Diane Arbus, especializada em clicar o bizarro, o estranho, o incomum e o filme tenta argumentar de onde surgiu essa vontade de olhar para onde ninguém mais olhava. O vizinho dela é Robert Downey Jr., ou Lionel, um homem completamente peludo, fruto de sua doença, a tricotomia. Os dois vão se envolvendo em um romance estranho e intenso, mudando a vida dela e lançando-a para o seu melhor, olhar para o belo onde todos só veem imperfeições. A fotografia do filme, os diálogos, as argumentações são capazes de deixar abestalhado o mais céticos dos críticos. A narração do filme é lenta, então se você só consegue assistir milhões de efeitos especiais esse filme não é para você, mas se quiser arriscar e ver se é capaz de acompanhar uma história presa a detalhes e intimidades. São duas boas horas de lazer em frente a televisão, ou monitor de computador, gastas vendo uma romantização do início da carreira dessa estranha fotógrafa.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sarcasmo, ironia e boas piadas



Quem me conhece sabe o quanto curto tirinhas, principalmente se forem politicamente incorretas, cheias de ironia e mandado o mundo para o inferno. Portanto a recomendação de livro de hoje é “Os Malvados” de Andre Dahmer, é um livro com algumas das tirinhas dele que foram publicadas em seu site, infelizmente não tem o ditador de Zazanov nosso Rei Emir Saad, mas conta com as duas figuras que o tornaram conhecido na rede, o malvadão e o malvadinho. 

O sarcasmo dele é foda. Se você tem estômago fraco, baixa tolerância ao lado devasso e sujo da humanidade, passe longe desse livro, ele não é para gente fresca. Referências aos sonhos perdidos, às drogas, ao mundo boêmio da pior forma possível, mas sempre com pegadas geniais que fodem com esse falso muro de moralidade erguido nos últimos anos, aqui é o lugar certo para encontrar tudo isso e rir por algumas horas dentro de sua ótica crua da realidade. O site ainda está no ar e contém as tirinhas dos anos 10, o monstro de Zazanov, tiradas sobre arte, artistas, política e afins.

 Leiam o livro, mas acima de tudo passem lá pelo blog dele para poderem acompanhar o trabalho desse maluco. Sobre o traço, bem não espere um Will Eisner nem um Robert Crumb, pois Dahmer passa bem longe deles, por opção, não por falta de capacidade.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Cidade Navio



Ouço muito o povo aqui, quando chove, reclamando que o trânsito engarrafa, a cidade enche, para onde se vai é água. Primeiro ponto: é natural ao chover a única vista para todos os lados ser muita água, mesmo a chuva caindo por trinta minutos, pesada, com aquele formato retilíneo como rachuras, então não adianta muito reclamar né? A chuva está caindo e pronto. Se alaga o problema é da chuva? Não, claro que não, ela vem do céu e quer espaço para se colocar sobre o solo, como todo concreto e piche são impermeáveis ela fica por cima dele mesmo. Ah, mas existem as canaletas, os bueiros e os sistemas de escoamento. Oi? Existe? Com a população, de rico a pobre, jogando tudo no chão, entupindo tudo? Há um sistema superlotado de lixo, com restos de toda a má educação de nossa população, lembre-se, quando me refiro a população falo do pobre lascado sem um centavo no bolso até o ricaço filho da puta com milhares de cédulas virtuais em sua conta bancária, todo mundo é povo e população, e todos sofrem da má educação, pois quando a cidade alaga ela não escolhe bairros, desde Espinheiro, Torre, Graças e Aflitos até Barro, Estância, Areias, Boa Vista, Coque, não há distinção de riqueza pois a má educação perpassa todos. Então não reclamem do governo quando a cidade alagar, ou você vê vereadores e prefeitos saindo de seus gabinetes para despejarem seus lixos nos canais, rios, canaletas, esgotos, bocas de lobo? Não podemos reclamar de nosso governantes enquanto for generalizada essa prática de colocar nas ruas a garrafa vazia da água que tomamos, a lata de refrigerante, cerveja, plástico da coxinha, do mac donalds, do subway, de onde quer que seja. Seremos obrigados a comprar jet skis, iates, lanchas, carros anfíbios e viver numa cidade navio enquanto nossa má educação persistir.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O Rappa



Das bandas formadoras do meu gosto pelo rock essa é uma delas. Vem lá desde a década de noventa fazendo um rock’n’roll meio misturado com reggae, ragga, rap e muitas outras sonoridades da cultura negra, sempre com um pé na favela e outro no asfalto. As letras da banda trazem problemas sociais, soluções, momentos de celebrar, novas formas de falar de amor, tudo com muita poesia, muita originalidade, assim como o som deles, quem ouve sabe do que estou falando, pois a banda é conhecida de muita gente, mas muita mesmo. Percebo um certo preconceito com a banda, dizendo que ela se vendeu, que não é mais a mesma. Você é o mesmo desde que nasceu? Se for filho sinto lhe informar, mas nem igual a uma pedra você pode ser, pois até elas mudam com a ação do tempo, do clima e do mundo sobre elas. Mas voltando a falar da banda, eles ainda estão na ativa, com shows, mas a última gravação de estúdio com inéditas foi o álbum 7 Vezes de 2008, depois disso saíram algumas coletâneas ao vivo, mas estão prometendo som novo para esse ano ainda. Vamos ver né? Mas até lá temos muito material para ouvir e com muito, muito som do caralho para sacar e aprender formas de se explorar as pancadas mecânicas.

Para onde ir? - Semana de 13/05 a 19/05

Boa tarde galera, voltando com a sessão para onde ir trago para vocês dois picos aqui em Recife, um avisei semana passada que é o evento musical lá no Escritório Bar e Restaurante, no domingão para fechar o fim de semana na moral, com duas bandas do barro, coisa fina, somzão. Para ler clique aqui.
Mas antes, no sábado da graça do senhor, temos uma noite com poesia de alta qualidade, gente do naipe de Malungo, Aldo Lins, Jorge Santos e muitos outros que se garantirem a pegar o mic lá na hora e mandar a poesia, de improviso ou ensaiada. Vai ser na Bódega do Selva, ali na praça Maciel Pinheiro. Evento finíssimo, cheguem por lá, estive na outra edição e posso garantir que vale muito a pena. Sim, quase ia esquecendo, o nome do evento é Sarau da Boa Vista.

No sábado:

No domingo:


Abração!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Gentileza a um preço



Mudamos os valores, isso é fato, tenha certeza disso caro amigo, mas vamos mudar novamente e mais uma vez e outra porque os valores mudam o tempo todo, pois se não mudássemos ainda seríamos os mesmo desde o tempo da pedra. Talvez o grande problema atual seja voltar nossos valores apenas para aquilo que gera renda, capital, lucro, benefício. Talvez você não tenha percebido de tão imerso que está nesse grande mecanismo criado para nos abobalhar, mas não somos cordiais com mais ninguém, a menos que ele nos prove sua capacidade de nos trazer alguma vantagem. Pode espernear aí em sua cadeira confortável, mas repare como você trata melhor aquela pessoa que lhe traz mais benefício, como você trata melhor aquele que sempre consegue mais um pão em sua sacola ou seu transporte gratuito no ônibus. Está vendo como relacionamos a capacidade da pessoa em nos trazer algum retorno por causa de nosso cordialismo? Isso não é um valor capitalista? Um valor neo liberal? Será que sempre somos assim tão interesseiros? Pense em seu melhor amigo, por que ele é seu melhor amigo? Porque vocês se dão bem? Porque ele sempre tem a melhor palavra para lhe confortar? Por que só ele entende o que se passa com você? É mesmo? Tem certeza? Será que um concordando com o outro e sempre corroborando as opiniões num é para manter a troca de favores e a reciprocidade? Veja bem suas relações, elas são sinceras? Existe mesmo amor e afeto, aquele desejo de ver o bem do outro sem querer algum retorno? Será? É a questão que as relações capitalistas criam, as relações de custo benefício.
Nesse mundo de novos valores saber exatamente o que se espera e que tipo de relações temos com outras pessoas, e elas conosco, é um exercício constante de honestidade e sinceridade com seus próprios sentimentos e valores morais. Valores. Essa questão é algo que rende um novo questionamento.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Música, bluesman e rock'n'roll



Se você é do tipo de pessoa que curte filmes ligados ao mundo da música vai gostar deste aqui: Crossroads, ou A Encruzilhada em português. Este filme narra a história de um garoto fã de blues, louco para fazer parte do grande time dos maiores bluesmen da história e como ele persegue esse objetivo custe o preço que for. Quando peguei o filme, por recomendação de um amigo meu, pensei que era a biografia de Robert Johnson, o bluesman morto pelo diabo, reza a lenda que o tinhoso veio ao encontro dele, na idade dos 27 anos, para levar sua alma, pois o acordo era a fama em troca da vida. Já ouviu falar do clube dos 27? Pois é Robert faz parte dele. A trilha sonora e a reprodução das cenas da vida do famoso aí em cima são o grande que do filme, não tem como gostar de blues e não gostar do que estou recomendando, são ligados um ao outro de forma irreparável. Outra coisa também são as piadas do Willie Brown, o cara tem uma atuação fantástica, boa parte da vida do filme vem do humor sarcástico, cínico e canalha desse velho gaitista negro. Vou deixar vocês com um trailer e de quebra uma música do Robert Johnson que é a cara do filme.

Trailer:

Agora com vocês Robert Johnson:


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Admirável Mundo Novo

Já disse aqui como gosto de ficção científica, esse livro é mais um dos bons desse tema, dessa linha de literatura. Já ouviu falar de eugenia? Bem, se não conhece deixe te explicar, é uma forma de reprodução assistida onde os genes são selecionados para ficarem apenas as melhores características, alimentos transgênicos passam por esse tratamento, os animais que comemos são assim, boa parte deles pelo menos. Some isso a uma sociedade completamente controlada no estilo V de Vingança, Gattaca, 1984 e afins, mas com um detalhe, a tecnologia seguindo a linha de nossa atual evolução técnica no extremo de suas capacidades. Pronto, agora você deve estar começando a visualizar o cenário no qual se passa a história contada no livro que dá título a esse post. Passa-se num futuro distante ultra tecnológico, não existe família, os bebês são todos criados em linha de produção através da eugenia, já determinadas suas funções sociais desde esse período também, pois cada um vem com o código genético programado para determinadas funções, as classes sociais são bem definidas, trabalhadores, elite social e administradores, mais ou menos como no livro A República de Platão, acredito até ser essa história uma releitura do livro do grego, mas me deixa continuar senão começo a divagar aí pronto, perco completamente o objetivo. A personagem principal é um cara com aspecto estranho para a casta a qual pertence, pois durante o processo de criação misturaram algumas substâncias que lhe deram características diferentes dos demais, ele começa a fazer a história narrada no livro acontecer quando viaja para uma parte preservada do mundo que as pessoas ainda vivem do modo antigo, com religião, sem tecnologia, com sexo, amor e família, bebida e tudo o mais “primitivo”, lá, nesse lugar de turismo, o nosso personagem traz um selvagem para viver na sociedade evoluída, avançada, disso ocorrem os conflitos capazes de colocar em xeque a forma como se vive.
Recomendo a leitura não apenas por ser boa a história, mas para vermos comportamentos chocantes para a época do lançamento do livro(1932), mas comumente praticados atualmente, como sexo sem compromisso, relaxamento nas relações e relaxamento moral em diversas esferas. Vemos também controle de informação de forma velada, algo também corriqueiro em nosso tempo, nos iludimos ao pensar que vivemos na era da informação, temos muita a nossa disposição, mas a boa, a que faz a diferença, está toda nas mãos de poucos e manipulada de forma abusiva para nos controlar ideologicamente. A leitura levanta muitos questionamentos, inúmeros, coloca quem lê para pensar. 


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Opinião



Vou expressar meu ponto de vista e você não é obrigado a concordar, nem um pouco, com ele e eu muito menos com o seu. Esse é o ponto de vista que queria expressar. É o grande problema percebido pela minha pouca experiência, as pessoas andam por aí pregando suas verdades e exigindo serem aceitas por todos, mas há um porém, quando são refutadas, contestadas ou simplesmente o ouvinte diz não concordar começa o atrito, muitas vezes sérios, violentos e isso é uma falta de respeito total, das duas partes. Ninguém, exatamente ninguém, é obrigado a concordar com o outro, mas isso não dá o direito de ser agressivo, menosprezar ou tentar convencer a outra pessoa do contrário, ela tem a verdade dela, e se não for ofensiva, fisicamente e socialmente a outra pessoa, então deixa ela no canto dela e vá viver sua vida. Se um funkeiro está no baile funk dele, dançando, brigando entre seus pares e depois daquilo vai todo mundo tomar uma junto, deixa eles se divertirem, se um sujeito vai para o brega dançar até o chão, ficar com três, quatro, cinco mulheres, deixa eles se divertirem, se você não gosta de brega não ouça, se não gosta de funk não ouça. Se seu vizinho coloca o som alto, coloque o seu para que o dele não te incomode mais, nem o seu o dele, vá viver na paz. Não adianta revidar violência com violência, desrespeito com desrespeito. Quantas vezes vejo no trânsito um motorista buzinar apenas porque o outro o ultrapassou, ou parou de repente. Vale a pena se estressar e perturbar a paz de diversas outras pessoas com o som irritante da buzina? Vai resolver a situação ser estúpido desse jeito? Não, não vai resolver nada. Então respeite a ideologia do outro, se te incomoda se afaste e deixe a pessoa na dela, não crie atrito, o mundo é gigantesco e tem espaço para todo mundo, procurar conflitos por causa de besteira como música, religião, sexualidade, forma de se vestir ou se comportar é perca de tempo, o bom mesmo é procurar viver em paz consigo respeitando as diferenças existentes. Tentar mudar o outro para o seu modo de ver as coisas é a melhor forma de provar que o ditador ideológico dentro de você está vivo e com sede.
Inclusive discordar de tudo o que eu disse aqui é um direito seu, se não gosta da minha opinião saia daqui, não precisa perder seu tempo me xingando e tentando me levar a ser igual a você. Eu não vou lhe ouvir.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Festa da Carne



Assim começa mais uma festa, mais uma série de noites e dias encarrilhados com tudo aquilo que se passa o ano querendo fazer. Alguns se internam em suas casas com filmes, música e internet garantida, outros danam-se no mundo para todos os prazeres da carne. Criticar o carnaval? Falar mal da festa que mais gosto? Impossível nêgo! Mas convenhamos, há inconvenientes, existem restrições, coisas que não deveriam acontecer. Exemplos práticos: os ônibus, que transportam todo o povo diariamente, não deveriam ser depredados pelos mesmos foliões que o utilizarão no dia seguinte. As ruas viram banheiros a céu aberto, além de motéis.  A quantidade de pessoas dirigindo embriagada é assustadora, pois no carnaval tudo se “pode fazer” sem crime, sem remorso, sem ressentimentos.
Então correr pelo mundo seguindo o rastro do diabo fazendo todo tipo de desgraça é o mote de algumas pessoas que supostamente estão se divertindo. Como só posso falar daquilo que conheço digo o carnaval de Recife é um dos mais tranquilos, pois o policiamento aqui é muito forte, a repressão aos crimes durante a folia de Momo é eficiente, nunca fui assaltado no carnaval e apenas uma vez vi um assalto, que não terminou nada bem para o marginal.
Para quem não gosta da festa da carne recomendo Hysteria, uma comédia muito boa sobre a invenção do vibrador, para aqueles que preferem jogos Soul Calibur é uma grande pedida, mas para os que preferem as ruas venham para Recife, aqui sim é bom.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Curta do dia - Recife Frio

Boa noite vaidosos, não tenho nem como expressar a ideia única que esse curta metragem tem, assista. Só umas palavras antes do vídeo: imagine Recife em um inverno estilo norte europeu, a nova forma tomada pelas relações interpessoais e os mecanismos sociais totalmente reinventados devido essa brusca mudança climática.

Vejam e me digam o que acharam:


Para onde ir?

Bom dia galera, hoje trago para vocês uma coluna nova com indicação de eventos, programação para o fim, o meio, o começo da semana, vai depender dos eventos que forem me enviando e da vontade da turma de divulgar o trabalho e as movimentações acontecendo na cidade. O primeiro evento apresentado no blog é o Segue o Som, vou deixar o próprio evento se apresentar:

"Com o intuito de colocar o Barro na cena musical pernambucana o projeto Segue o Som procura visibilizar e fomentar a produção das bandas e músicos que a despeito de serem invisibilizados pelos que produzem cultura nos chamados "centros da produção cultural" do Estado, estão na ativa. Produzindo e alimentando toda uma cena cultural que ressoa na e a partir de nossas comunidades.


Legítimos centros difusores da produção cultural deste estado, cada vez mais nossas comunidades, por meio de toda uma movimentação protagonizada por artistas, educadores, estudantes, comerciantes... das próprias comunidades e em articulação com movimentos de outros bairros, vêm rompendo o ciclo migratório, paradigma do modelo Centro/ Periferia, e fazendo das próprias comunidades difusoras e consumidoras produção cultural. 

Ainda é preciso ir mais adiante.
Mas de uma coisa estamos certos: não estamos sós.

Adiante amig@s!"



Acompanhem sempre pela nossa agenda do Vaidade: Meu Pecado Favorito na coluna da direita!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Duas das melhores cabeças de um século fantástico



Boa noite vaidosos, minha recomendação de hoje não é literatura, é um livro de peso para quem gosta de narrações históricas de personagens famosos da humanidade. O nome do livro é Da Vinci e Maquiavel: um sonho renascentista. Ele traz um apanhado individual de cada figura dessas, apresentando como chegaram ao ponto onde estavam através da história pessoal, mostra a educação, o desenvolvimento artístico e intelectual além dos círculos sociais que andavam e outros pontos compositores da vida de um ser humano. Após isso apresenta a cidade de Florença do século XVI com o movimento do Renascimento de pano de fundo, as questões sociais matrizes dos conflitos entre Florença e Pisa e como esse conflito colocou duas das mais brilhantes mentes daquele período em contato para realizarem o audacioso plano de mudar o curso do rio Arno. A narrativa é leve e sucinta, muito fácil de acompanhar e se deliciar através das ideias muito bem elaboradas pelos dois homens no intuito de realizar o serviço para o qual foram contratados. Você encontrará um outro perfil, um outro olhar, desses homens, conhecerá o Renascimento um pouco mais além daquele conteúdo apresentado na escola e saberá de onde vêm as grandes invenções, além de perceber que o desejo de alterar cursos de rios não é algo tão recente quanto o fiasco da transposição do rio São Francisco.
Só mais uma observação, o apêndice do livro é um espetáculo a parte, pois traz inúmeros desenhos de Da Vinci e alguns trabalhos de Maquiavel também, amplia a percepção do leitor para fatos como invenção, trabalho árduo e planejamento são capazes de tornar alguém tão notório, como foram ambos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Preconceito



Não é difícil acompanhar na mídia os debates sobre discriminação, preconceito, exclusão social e esse monte de mazelas. Estamos vendo os dois lados trocando farpas o tempo inteiro, com a resistência às mudanças de um lado e as “minorias” querendo espaço do outro junto com a aceitação geral das diferenças. Sinto informar para os resistentes, mas nada mais será como antes. Isso é bom na verdade, pois se tudo fosse como antes ainda estaríamos vivendo como coletores(período nômade na história da humanidade) ou pior. Assim é o preconceito, velhos vão sendo destruídos e outros novos surgindo, ganhando força para depois virar motivo de guerra social. Vamos lá para os exemplos, odeio abstração pura. Antes as mulheres não podiam votar, pois havia um preconceito sobre suas capacidades de decisão política, ou não podiam trabalhar pois não tinham inteligência para tanto, vemos que muito disso caiu por terra, ainda temos resquícios de machismo, usando um termo pesado, mas nada tão forte quanto antes, tenha certeza disso, e olha que estou usando história recente como exemplo, imagina se puxar do fundo do baú mesmo. Enquanto isso temos o atual forte preconceito contra os gays que cedo ou tarde vai se tornar algo muito fraco, ou por força de lei, ou pela criação de uma consciência onde todos são iguais independente de opção sexual(acredito mais na primeira opção), futuramente teremos preconceito contra as pessoas que não se atualizam tecnologicamente(chute dos chutes), ou alguma forma nova de discriminação, talvez igual a do filme Gattaca ou O Demolidor(com Silvester Stallone, não com Ben Affleck). Quem sabe? Independente do tempo vivido sempre haverá diferentes formas de discriminação e exclusão social, sempre existirão dentro dos meios sociais mecanismos de marginalização, não adianta querer que a sociedade seja justa e igualitária, podemos chegar bem perto disso, mas a esse ponto não. Posso apontar diversos motivos para essa minha última afirmação, mas prefiro deixar para outra noite, por hora falei o que desejava.

*referência ao quadro de Dali. Procure o quadro, não vou dizer o nome dele.

terça-feira, 30 de abril de 2013

O Vaidoso Entrevista - Conspiração Alienígena

Boa noite vaidosos, hoje trago para vocês a banda Conspiração Alienígena, uma turma muito boa lá de Olinda que estão há 13 anos na resistência, tocando no cenário underground e fazendo rock para onde forem chamados. As músicas deles estão disponíveis para download no soundcloud, recomendo passarem por lá e sacarem, abaixo está a entrevista que fiz com os caras.





1 – Boa noite Conspiração Alienígena, gosto de começar perguntando sempre o porque do nome da banda, poderia dizer para meus leitores de onde veio a ideia?

- Então, o nome veio do título de uma das musicas nossas “Conspiração Alienígena”. Eu (Gilson-Vocal) particularmente sempre gostei dos temas sobres OVNIS, vida extra terrestre  e teorias conspirativas e etc., veio daí.

2 – Acreditar em vida fora do planeta Terra pode parecer difícil para muita gente, mas essa é a temática que move essa banda, como é aliar essa forma de ver o mundo com o rock?

- Assim, algumas pessoas querem mesmo é escutar a musica e curtir independente do que você tá cantando e tal. Também tem as pessoas que acham engraçado e levam para o lado da brincadeira e há também pessoas que se interessam que querem entender as letras. Pra nós é muito natural juntar essas duas coisas porque são duas coisas que gostamos .

3 – Ouvindo o som de vocês percebi uma influência muito forte do punk de final dos anos 80 e começo de 90, acertei ou existem outras influências? Me diga mais sobre elas.

- Cara, influência é o que não falta, principalmente destas duas décadas 80/90. Ainda hoje escuto Legião Urbana, The Cure, Plebe Rude, Green Day, Pixies, são muitos, tem ainda umas coisas mais pesadas por parte dos outros integrantes.

4 – Algo bem difícil hoje de encontrar é gente interessada em escrever letras politizadas, o que vocês pensam a respeito disso, pois as suas letras trazem isso com muita força.

- A gente procura fazer músicas que falem um pouco de tudo. E essa coisa da consciência, cidadania também nos inspira bastante. Acho que é por aí, se houver inspiração e for natural beleza. Se não for natural é melhor deixar quieto mesmo.

5 – Vi que existem trabalhos registrados em dois cds, como é trabalhar para colocar “na rua” esses cds? O meio independente precisa de que para poder alcançar um maior público?

- Rapaz temos nosso amigo Leo Ramos (baixista da banda) que é nosso especialista em redes sociais, ele quem coloca todo nosso material e administra na Internet, hoje praticamente temos só material Digital  pra baixar, acredito que seja um veículo importante na divulgação da Banda.   Não sou a melhor pessoa pra falar sobre o que a cena independente precisa e tal, realmente não sei, senão os shows da conspiração seriam lotados...rs...

6 – Vocês fazem parte de um movimento muito forte dentro de Olinda, fui até a um show de vocês no Rock in Fred 2 e vi que além do pessoal que produz o público também participa bastante, como é permanecer na resistência?

- Então, é muito massa fazer parte disso, temos 13 anos de banda e tem uma galera nova aí que conhece a banda e canta as músicas e isso é muito gratificante para nós. Saber que a nossa musica atravessou uma década naquele local e a galera antiga e nova curte.

7 – Depois destes dois cds gravados, quais são os projetos futuros?

 - Então, viemos de uma sequência de shows desde o inicio do ano, em março foi nossa última tocada. Demos Uma parada. Para 2013 estamos preparando um CD novo que já tem até título “Contato Imediato”, será em comemoração aos 13 anos de banda, e este CD, diferente dos outros que são Demo, deve ter mais de 10 faixas com musicas novas (2013) e músicas não gravadas. Queremos também produzir um vídeo clipe, já temos algumas ideias e tal. Agora é trabalhar pra fazer um trabalho bem legal, sem pressa e sem “agonia” para ficar o melhor possível.

8 – É uma pergunta que faço a todos os entrevistados: qual o conselho para aqueles que desejam montar uma banda e se aventurar no meio?

 - Cara, acho que primeiramente tem que gostar muito de tocar e tal. Tem que ser uma coisa que o cara curta muito fazer, tem que ser uma diversão, tem que ser “uma brincadeira séria”, porque deve haver seriedade também para a coisa funcionar e  fazer um trabalho legal.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Quem são os loucos?



Somos pessoas que temos desejo de fazer o certo e o melhor, poucos são os corajosos a falar abertamente de suas vontades e seus quereres, geralmente esses são artistas, políticos, pessoas bem-sucedidas em quaisquer carreiras que tenham escolhido. Não são pessoas sãs, nem muito fáceis de conviver. Pelo pouco que conheço dos expoentes em suas áreas todos têm muita dedicação ao seu ofício, ou atividade, são profundos conhecedores do campo em que atuam e acima de tudo amam de coração estar ali. Mas a que custo? A custo de relacionamentos pessoais? A custo do amor de um outro ser? Ou sua capacidade de se focar exclusivamente naquilo que ama a cega para outros campos do existir? Não sei exatamente como responder, pois percebo que essas pessoas tem um traço meio doente, algo fora do lugar. Os grandes líderes não eram bons maridos, nem eram socialmente o perfil esperado de uma pessoa, eram destoantes. Isso é virtude ou vício? Depende. Depende de que então? O modelo social vivido hoje é doente, nos prende no trânsito, nos cobra fidelidade e competência em empresas incapazes de reconhecer nosso talento, somos forçados a estar sempre atualizados com tecnologia, notícias e tudo o mais, prega um estilo de vida que nos absorve sem piedade e nos joga dentro de um turbilhão de emoções e incertezas capazes de tirar a sanidade de qualquer um. Então como definir se um novo Luther King ou Jimi Hendrix é um modelo ou atestado de insanidade? Foco é fundamental, porém entregar-se cegamente a algo é saudável? Qual o preço a pagar por seguir nossos sonhos? Estaremos sós no topo? Ou acharemos outro deslocado como nós?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Curta do dia - Slug Invasion

Boa noite vaidosos, trouxe para vocês outro curta metragem que gosto pra cacete, porque traz uma visão bem humorada sobre o espírito militar e como somos territorialistas. O diretor dele usou lesmas como metáfora para o homem e uma velha como símbolo de não importando o tamanho do poder e o tempo que ele vem exercendo sua força, há uma maneira de sacanear com ele e derrubá-lo.

Se divirtam!


quinta-feira, 25 de abril de 2013

1984



Poucos livros são capazes de prenderem minha atenção me fazendo esquecer todas as outras coisas ao redor, obrigações, compromissos e tudo o mais. Este é um deles. É, não disse o nome, mas está no título do post e foi escrito por George Orwell. A história fala de uma sociedade no futuro, no ano de 1984(era futuro para ele), totalmente regulada pelo Estado, completamente hierarquizada, burocratizada e fiscalizadora. Todo mundo é vigiado o tempo todo através de câmeras, microfones, através das outras pessoas. Instituições como família, amizade, escola, trabalho têm uma conotação completamente diferente da forma como usamos. A miséria na alimentação, na bebida, nas roupas, nas casas é algo corriqueiro, tanto que as pessoas nem sentem estarem vivendo neste estado de coisas. a personagem principal é Winston Smith, um trabalhador do Partido, só existe um partido diga-se, que começa a questionar as coisas como elas são e o enredo gira nesse eixo, com a adição de um romance entre ele e uma outra rebelde e até onde isso tudo pode chegar. Se olharmos um pouco mais a crítica do livro é voltada para o comunismo, para o socialismo e essas formas de pensamento pregadoras da igualdade entre as pessoas, mas volta-se também para o consumismo e sua capacidade de degenerar a sociedade, estragar as relações. A forma como o escritor apresenta seus argumentos, a facilidade na narrativa e o alto grau de censura dentro da sociedade criada por ele me fascinaram, pois ele imaginou todo um contexto, uma série de argumentos válidos, capazes de fazer da nossa realidade objeto de análise com uma luz mais intensa. Li em três dias esse livro e leria novamente apreender mais e ter muito mais argumentos para expor.

Obs.: a expressão Big Brother vem desse livro, o programa de entretenimento de massas pegou emprestado o nome de uma personagem.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Como estamos preguiçosos


Estava conversando com um amigo meu que entrou na loucura de ser professor pelo resto da vida e entre os comentários eis que ele me solta essa pérola: um amigo meu, professor de português passou na sala dele de terceiro ano um texto com sete páginas e deu duas semanas para os alunos lerem, um dos meninos levantou e disse com todo o espanto do mundo, “Professor, o senhor é louco? Como é que passa SETE PÁGINAS pra gente ler e dá só DUAS SEMANAS? Isso não é possível, sem condições!”. Talvez você tenha ficado tão surpreso quanto eu, se não ficou é porque achou muito três linhas para continuar lendo e nem aqui está mais. O grande fato é como está comum lermos cada vez menos, a forma como a nova geração lê não tem paciência para ir um pouco mais além no texto, os poucos que têm esse desejo são aqueles destacados dentro das salas de aula, dentro de suas empresas, dentro até dos círculos sociais que frequenta. Mas existe um problema recorrente em pessoas bem informadas, elas não são muito pacientes com os mais “ignorantes”, menos instruídos e isso é um erro tão grande quanto não ter informação, ou você acha que poderia se dar ao luxo de passar o dia lendo se não houvesse alguém “menos instruído” fazendo o trabalho que você não quer fazer? Reclamo aqui da preguiça, aparentemente, generalizada da nova geração, mas tomo cuidado ao afirmar isso dos novos seres que herdarão o futuro(se houver), pelo fato das gerações antigas terem sido prolíficas em gerar pessoas sem nenhum interesse pela informação e com toda a preguiça do mundo para buscar mudanças através do conhecimento. Então a pergunta que deixo é a mesma feita a mim mesmo todos os dias: Essa preguiça de se informar é algo típico da nova geração ou sempre existiu, respeitando as proporções, esse tipo de gente?

terça-feira, 23 de abril de 2013

O Nu Metal não comercial



Para quem não sabe sou fã do movimento nu metal, talvez porque ele tenha acontecido mais ou menos na mesma época de minha adolescência, ou por causa da sonoridade que traz elementos do hip-hop, do rock e da música eletrônica, estilos muito queridos por mim. Das bandas de nu metal que mais gosto está Deftones no topo delas por causa de sua sonoridade única, o vocalista(Chino Moreno) parece uma moça com sua voz sempre sussurrada e um ou outro eventual rasgado acompanhado por um grupo de músicos capazes de fazerem dissonâncias soarem como a melhor das melodias, muito contratempo aliado a pegadas bem pesadas, havia muitos elementos do nu metal ali, mas ela estava um pouco alheia às demais por trazes essa sonoridade esquisita. O porém da banda são as letras, a maioria são depressivas, ou alguém está sempre se fudendo no relacionamento, que não deixa de trazer um pouco de depressão para o ouvinte, talvez por isso ouça menos hoje do que naquele tempo, mas ainda acompanho o trabalho deles. O trabalho mais recente é do ano passado chamado Koy no Yokan que é japonês e andei pesquisando o significado, é algo como Premonição do Amor, as letras trazem a mesma temática de sempre porém a sonoridade está mais amadurecida desde o seu primeiro álbum até agora. Vale a pena conferir essa banda caso você tenha curtido o nu metal da década de 90, muitas bandas daquele tempo já acabaram, mas essas poucas na ativa ainda valem a pena a audição. 



segunda-feira, 22 de abril de 2013

Esperar é a pior coisa que existe


Afirmação cruel essa de cima, não chega a ser a pior coisa que existe, mas é uma das que mais enchem a paciência do homem que não tem mais com o que se preocupar. A pessoa não está com fome, nem está procurando um lugar para morar, também não precisa se preocupar com emprego, pois sabe que amanhã, ao acordar, tem um lugar para ir chamado de trabalho, ou ocupação. Ele está satisfeito dentro das pequenas coisas do dia-a-dia, não precisa mais de nada, por isso agora ele precisa arranjar com o que se preocupar, inventar sua mais nova fonte de angústia, então ele decide que esperar é a pior coisa que existe, não é a fome nem qualquer outra incerteza dessas dos que ainda estão um pouco mais abaixo na escala social, escala definida arbitrariamente por uns poucos. Esse homem moderno, assim como tantos outros homens modernos antes dele, sabe muito bem que esperar não é essa coisa toda, mas de todas as angústias que ele tem, esperar é a mais nova eleita no ramo das piores coisas. Poderia eleger procurar ou até qualquer outra bobagem dessas, mas cada um com suas prioridades. Dentro da pirâmide das necessidades esperar está abaixo apenas do mais novo gadget, ou do mais novo aparelho tecnológico a venda nas vitrines dessas mega stores.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Filme da Semana - GATTACA



Sou fã de ficção científica, gosto dos possíveis futuros criados na literatura, no cinema e hoje trago para vocês um dos filmes de ficção mais interessante já criado, o nome dele é Gattaca. A história se passa em um futuro onde você pode escolher a composição genética de seus filhos através de clínicas responsáveis por selecionar apenas as suas melhores características, tirando assim doenças hereditárias, traços físicos indesejáveis e o que mais puder imaginar. Nessa sociedade existem dois tipos de pessoas, as concebidas com amor(sexo) e as criadas em laboratório, o primeiro tipo de pessoa é discriminado, sendo considerada incapaz de atividades do alto escalão, ou mais elaboradas, já o segundo tipo de pessoa já nasce com sua profissão definida em seus genes. A personagem principal do filme é interpretada por Ethan Hawke, é um homem gerado através do sexo e por isso mesmo está nos piores degraus da humanidade, porém o seu sonho é viajar ao espaço através de uma companhia chamada GATTACA, mas como fazer isso? Existe uma máfia que aluga genes, portanto toda uma nova vida pode ser comprada, é a essa máfia que a personagem recorre aliando a seu esforço pessoal para conseguir crescer e chegar onde almeja.
Recomendo assistir esse filme por vários motivos, já vi nele questões sociais, vi também questões bem humanas, ligadas ao indivíduo, mas isso é algo para você ver, depois comente aqui quais lições, ou ideias, tirou do filme.

Obs: o significado de GATTACA descobri aqui, segundo esse blog: trata-se da ordenação de uma série de bases azotadas que compõem o DNA, no caso a Guanina Adenina Timina Timina Adenina Citosina Adenina.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quando você cai



Provavelmente já percebeu meu gosto por livros clássicos ao invés dos best sellers, mas todo clássico foi um best seller em seu período, ou quase isso. Portanto o livro de hoje é Paraíso Perdido de John Milton, publicado no século XVII, vem falar justamente da queda de Adão e Eva, ele narra toda a trajetória, desde a criação do mundo até a queda de Lúcifer e como ele tentou os dois primeiros filhos de Deus. A história é conhecida, mais na forma oral que não escrita, portanto a curiosidade de ver uma versão da história contada por fontes não eclesiásticas é muito grande, foi o motivo para eu ler essa obra e não me arrependi nem um pouco. Além desse motivo o outro foi este livro pertencer ao Index Librorum Prohibitorum, ou Index apenas, era uma lista de livros proibidos pela Igreja durante o período de seu domínio ideológico mais forte. Porém tenho uma ressalva, o livro é uma epopeia, sabe como é? Ele é todo narrado em forma de poema, com versos do começo ao fim, vários cantos e toda aquela linguagem clássica. Se você é da geração internet e acha longa quaisquer três linhas não recomendo esse calhamaço de quatrocentas páginas muito bem escritas, narrando toda a tensão de Adão ao precisar decidir entre o paraíso e Eva, mas é lógico que o paraíso era onde estava Eva. A forma como Deus o puniu, mas puniu antes seu filho Caim, e como a expulsão do Paraíso foi doloroso para eles, consequentemente para nós.
Leiam, não se assustem com o tamanho do livro.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Álcool e outra drogas


Ando no meio de gente ligada à música e vejo com muita frequência o consumo de entorpecentes, pois no meio isso é normal. Parei para olhar com mais calma e o uso é derivado de influência da turma de 70, aparentemente eles faziam melhor música depois que estavam chapados e isso mexeu com a cabeça de muita gente, levando muitos a usarem drogas para conseguirem esse estado de libertação, outros viam em seu uso uma forma de contestação, mas olhando com muita calma nossos melhores talentos foram levados justamente por causa do consumo de tanta droga. Então qual foi o benefício? Sabemos o mal causado pelo uso contínuo de tanto tóxico, sabemos as consequências sociais do uso. Talvez tenha neguinho que funcione a base de drogas, crie tendo ela como suporte para a criação. Isso não é de certa forma uma escravidão? Precisar de algo externo a si para criar? Aí podem dizer que tudo que criamos é influência de coisas externas, músicas que ouvimos, exposições que visitamos, etc...faça as contas e me diga, quem causa mais dano? Não sou a favor da criminalização do usuário, nem a favor da liberação de todas as drogas, algumas devem ser retiradas do mercado mesmo pois o dano emocional e familiar é muito maior que o físico, mas sou a favor do uso consciente delas, o homem bêbado não é capaz de produzir, o homem entorpecido por substâncias quaisquer se torna mais fraco para reagir politicamente, para atuar, para argumentar, digo isso porque conheço pessoas fantásticas, de inteligência ímpar, mas quando estão muito travadas não dizem nada que se aproveite. A droga é mais uma ferramenta de quem tem poder, mantém a gente quieto e domesticado, pois não somos acomodados, somos domesticados.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Vaidoso entrevista

Boa noite vaidosos, resolvi ao invés de apresentar a banda com algum comentário meu a própria banda falar e como já ia trazer para vocês a Carvana do Delírio perguntei a Matheus, o vocalista e baixista, se ele concederia essa entrevista, abaixo vocês têm a resposta:

Boa noite Caravana, acredito que boa parte de meus leitores não conheça o trabalho de vocês então gostaria de começar pelo básico: porque o nome Caravana do Delírio?

Começamos a banda muito novos, em 2007, tínhamos 16 anos e ainda estávamos no ensino médio. Lembro que eu e Danilo, que fundou a banda comigo na época, curtíamos muito os primeiros discos do Barão Vermelho com Cazuza. Essa fase do Barão era das nossas maiores referências nacionais de rock de garagem sujão com letras boas, coisa que admirávamos e queríamos fazer parecido. Também tínhamos aquela ideia infantilóide e romantizada da figura do roquestar, de ficar famoso e viver bêbado fazendo merda, que eles também refletiam um pouco. Lendo o Só as mães são felizes, biografia de Cazuza, vi que ele chamava de Caravana do Delírio a veraneio onde passeava com os amigos quando já estava bem doente, saía inclusive acompanhado das enfermeiras. Me chamou atenção o contraste irônico do nome com a situação que ele estava, achei a Caravana do Delírio sonora e divertida, e ela ficou na minha cabeça. Na semana do nosso primeiro show ainda não tínhamos decido como a banda ia se chamar, daí, durante um recreio na escola, o produtor do show ligou pra nós infernizando porque tinha que imprimir os ingressos e pra isso precisava do nome da nossa banda. Depois de muita deliberação desastrosa, sugeri que deixássemos A Caravana do Delírio para depois pensar com calma em alguma coisa melhor, o que obviamente não aconteceu. Na época a gente era um tanto resistente ao nome, achávamos meio ridículo, confundiam com banda de brega. Hoje em dia eu gosto e acho que reflete bem o nosso espírito, fico feliz de ter pensado nele.

Sobre a música Sistema Nervoso, lembro que participava da comunidade de vocês no Orkut e comentei que iria para o show para ver principalmente essa música e um dos fãs comentou que vocês não eram uma banda “one hit wonder”, havia algum medo de ser conhecido apenas por essa música?

Às vezes eu fico assustado com isso enquanto compositor, porque minha música que ficou mais famosa foi ‘Oops coloquei uma foto sua pelada na Internet’, que gravei com Os Gutembergs, outra banda que tive no Rio de Janeiro. Não que ela não funcione de certa forma como música-piada, mas está dentre as coisas mais idiotas que eu já escrevi, e é também a única música que fiz doidão na minha vida inteira. Ficou relativamente conhecida por ter sido tema do filme Cilada.Com. Mas enquanto banda, acho que isso nunca passou pelas nossas preocupações. Em primeiro lugar porque nenhuma música da Caravana ficou ‘conhecida’, estamos muito longe de atingir o número de pessoas que pretendemos. E o público tem outras canções preferidas no nosso repertório, não só Sistema Nervoso. O Romântico em Mim, Vou Embora para o México e Hino Vegetariano, por exemplo, são outras que o pessoal costuma pedir nos shows e cantar junto.

Quem ouve os dois EPs percebe uma sonoridade bem diferente entre um e outro, houve um amadurecimento musical na concepção de vocês ou foi uma questão de sons ouvidos durante a criação de cada um que deu um norte diferente para o resultado final?

Quando gravamos o Glamourosa Comédia Pop, em 2009, éramos muito inexperientes. Escolhemos um estúdio ruim, gastamos uma grana alta e o resultado ficou muito distante do que imaginávamos. Na época do Delirium Tremens já sacávamos muito mais da coisa, tanto da parte de arranjo como de gravação. Não gastamos quase nada, gravamos em homestudio e o som tem muito mais qualidade. Além disso, no segundo também exploramos bem mais estilos diferentes, que se deve ao fato de termos ampliado nossos horizontes musicais também.

Quem vem sempre procurando informações sobre vocês percebe que há uma grande circulação pelo meio independente, vocês poderiam nos apontar quais as principais dificuldades de circular fora do “grande circuito” da música?

Atualmente temos encontrado dificuldade para gravar nosso primeiro álbum de estúdio, um disco de estréia profissional mesmo. É muito caro, o preço de um carro, e hoje quase não existe mais iniciativa privada para lançar novos artistas independentes. Ou se tira do bolso ou se aprova um edital. Estamos correndo atrás da segunda opção... 

Pelo que vi já ganharam diversos prêmios nessa trajetória de 2007 para cá, mas de tudo o que aconteceu qual pode ser considerado o maior êxito ou maior realização para a banda?

Creio que ter o MySpace mais visitado do Brasil na semana de lançamento do Delirium Tremens e tocado junto com Wander Wildner foram as coisas que mais marcaram.

O nome “Delirium Tremens” que batiza o 2º EP é sintoma de um estágio avançado do vício em bebidas, é algo ligado a algum dos membros ou tem mais uma questão de conceito do EP por trás disso?

O Delirium Tremens é um dos delírios mais pesados que alguém pode ter, precisávamos reverenciá-lo de alguma forma em algum momento.

A minha música preferida do 2º EP é a bem humorada Hino Vegetariano, criticar com bom humor é a forma que acreditam ser mais fácil para atingir o público e informar ou apenas humor mesmo sem o intuito crítico?

É tudo muito espontâneo. Na verdade o processo de composição da banda é bem centralizado, as composições são todas minhas. O trabalho de arranjo e estruturação das músicas (bota um refrão a mais, um verso a menos, etc) é que feito em conjunto. Tenho o cuidado sempre de manter o apelo universal nas letras e escrever de forma clara para que todos possam se identificar à sua maneira. Mas no final das contas as canções falam sobre mim, que é a única coisa sobre a qual eu acredito ter propriedade para falar. Quando escrevi o Hino Vegetariano, por exemplo, eu estava sem comer carne há um ano, aquilo fazia parte do meu universo, fiquei brincando com as palavras e saiu. Demorei muito tempo com ela engavetada, inclusive, porque achava imbecil, tinha vergonha. Hoje, ironicamente, é uma das músicas que o nosso público mais gosta e é um grande trunfo na hora de tocar pra platéias desconhecidas, porque pega de primeira. O que quis dizer com isso tudo, na verdade, é que nunca tive nenhuma pretensão de criticar e muito menos informar. Até o próprio humor muitas vezes também não sai intencionalmente. Vou Embora para o México, por exemplo, na minha cabeça era uma música melancólica e muitas pessoas riem quando escutam. 

Para fechar a primeira entrevista aqui do blog, qual o conselho para aqueles que desejam montar uma banda e se aventurar no meio?

Não façam isso, já existem banda demais. 

Para quem se interessou, ficou curioso, ou gosta de novidade mesmo acessem aqui e me digam o que acharam do som deles.

Abração!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Boa educação


Aparentemente existe algo chamado boa educação, um padrão de comportamento capaz de fazer a pessoa entrar e sair de qualquer lugar sem causar constrangimento e sem se sentir constrangido. Coisas como cordialidade, bom atendimento, uso adequado das palavras e maneiras condizentes para cada ambiente frequentado. Bem, talvez exista isso de boa educação, mas temos que relativizar a definição da boa educação de fato, pois cada cultura, cada povo, tem um grupo de comportamentos esperados capazes de definirem se as ações de um indivíduo são aceitáveis ou não. Aqui em minha cidade mesmo o comportamento esperado de um motorista é a ultrapassagem de sinais vermelhos, assim como os pedestres passarem fora da faixa, mal educado é aquele que não joga latas de cerveja ou garrafas de água pela janela do ônibus e coisas nesse nível. São exceções que estão se tornando detestáveis regras para um grupo cada vez maior de indivíduos, uma nova coletividade quase. Mas de fato o que é ser bem educado? É mesmo respeitar os lugares onde o sujeito está naquele instante? Pois pelo que sei os artistas e pessoas que mudaram diversas situação são justamente aquelas justamente que não se adequam, não se enquadram. Quantas coisas boas, e ruins, não aconteceram devido aos mal-educados? Digo boas e ruins, pois canaletas entupidas são ruins, mas discordar do Sol girar em torno da Terra é bom. Então, existem maneiras de tornar a má educação uma boa saída, já chamaram de desobediência civil, marginalidade e outros adjetivos muito bons, tão bons quanto esses. Resta-nos pensar qual a base de comparação para chamarmos de boa ou má e em que situações determinamos se é realmente educação ou não.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Filme da semana - O Homem Duplo



O filme se passa em um futuro próximo onde toda a informação e os passos dos cidadãos são vigiados, porém sempre há quem consiga escapar e para isso existe a polícia com agentes disfarçados trabalhando para ver o que essas pessoas tanto fazem para precisarem se esconder dos métodos de rastreio. Acompanhamos a história de um policial tentando desvendar um esquema de tráfico de drogas, um novo tipo de tóxico consumido na cidade, porém seu método de infiltração aos poucos o leva a insanidade, a estados de pensamentos distantes da realidade o suficiente para esquecer seu propósito em certos momentos. O legal do filme, na minha concepção, são os diálogos dos personagens, tanto dos “caretas” quanto dos “malucões”, vemos os dois lados da disputa pela prevalência de uma ideologia.
Falando do aspecto visual o filme também muito me atraiu por usar uma técnica de animação misturando takes reais com vetorização de tudo, desde as personagens aos cenários, portanto toda a arte do filme ajuda ainda mais a entrada no mundo psicodélico, da atmosfera meio junkie e surreal do filme. As possibilidades de imagens são imensas e a forma como somos imersos no ambiente cyberpunk é fantástica. Não espera um filme linear, com diálogos rasos e muita ação, ele foge dessa estética, apesar de ter astros de peso do cinema hollywoodiano.
Abaixo tem um trailer oficial que catei no youtube só para dar um gostinho.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sobre a dúvida com Deus


A minha recomendação literária de hoje é algo relevante para quem costuma colocar o Deus judaico-cristão à prova, para quem tem certeza sobre quem ele é e seu modus operandi com os humanos esse livro não serve. É um livro escrito por José Saramago, falecido recentemente, e que trata de uma personagem repudiada na Bíblia, fala de Caim, nome que empresta ao livro. Aqui Saramago vai mostrar por onde andou esse filho desgarrado do Senhor, um fraticida condenado a não mais ter o livre convívio com os homens, segundo a tradição cristã claro, mas para nosso autor português ele na verdade foi o grande pecado de Deus, o calo do criador. Para quem conhece a Bíblia fica mais fácil reconhecer os episódios narrados no livro pela ótica do autor, é uma livre reinterpretação das escrituras, algo que a literatura permite e deve ser utilizado com força. Vemos um Caim arrependido pelo assassinato, mas dividindo uma parte da culpa com Deus, pois o criador sabia de tudo o que iria ocorrer e mesmo assim permitiu o fluir dos acontecimentos, um homem fiel ao deus judaico-cristão do princípio ao fim de seus dias é a marca da personagem principal do livro. Talvez Saramago quisesse passar para o homem como nosso deus, para quem crê nesse deus específico é claro, é cheio de falhas, ou as vezes faz escolhas nem sempre tão acertadas, reflexo do homem também, uma criatura cheia de dúvidas e incertezas procurando outro, ou algo, em que se apoiar e tornar mais leve a vida, algo praticamente impossível, pois fazer escolhas e arcar com o peso delas é permanecer tenso. Se olhar pelo viés religioso muitas das crenças que temos ficam cambaleantes, mas não vale ler esse livro sem ter um mínimo de conhecimento das Sagradas Escrituras cristã.


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Puro


Nada melhor do que limpar-se, limpar o espírito fumando um, limpar os testículos dando uma ou tocando uma, nada melhor do que limpar a cabeça assistindo programação barata ou vendo filme blockbuster, nada melhor do que tirar o peso da cabeça e sentir-se um pouco mais leve, menos chato, menos crítico, limpar a uretra, o rabo sujo, a boca imunda, as mãos obscenas, nada melhor do que limpar, limpar e limpar, para depois sujar tudo de novo e deixar mais emporcalhado do que da primeira vez, pois sabemos nosso limite e queremos sempre passar por ele olhando para trás por sobre os ombros rindo de como achávamos distante nosso limite, até chegar no novo horizonte, e no novo horizonte, no novo horizonte, no novo sem fim. Imaginarmos que estamos limpos e podermos começar tudo outra vez. Como é bom nos iludirmos.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Garotas Suecas




A banda que trago hoje para vocês é Garotas Suecas, não sei se já conhece, se já ouviu, mas deveria, o som puxa da Topicália, do rock 60, 70 e letras bem divertidas. É uma turma que começou recentemente na primeira década século XXI e são reflexo dela. Até agora são dois EPs e um Álbum, os dois primeiros são o Dinossauro e Difícil de Domar, comecei por ali, a primeira música ouvida se chama Acho que estou me tornando um zumbi, muito engraçada a letra falando da história de um cara virando um zumbi depois de levar uma mordida de uma garota, isso me despertou a atenção, fui catar na net material deles e descobri o outro EP e as outras músicas. De lá para cá acompanho o trabalho deles e vale a pena ouvir, as levadas hora bem rock com pegadas de guitarra bem fortes e autênticas, já outras músicas dá para reconhecer a Tropicália com muita força, o swing, os ritmos que vêm de fora do rock e outras coisas. Fizeram algumas turnês fora do país onde o som é apreciado claro. Ainda não vieram aqui para Recife, mas se vierem estarei lá. Por serem dessa nova geração trazem algo muito bom, o disco está gratuito para download no site oficial deles. Então não perca tempo e vá lá, baixe, escute e se divirta, abaixo deixo dois vídeos das músicas que mais gosto só para atiçar sua curiosidade de conhecer o trabalho deles.

Garotas Suecas - Bugalu

Garotas Suecas - Corina

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Tempo e Viagem


Uma das coisas mais comuns em filmes de ficção é viagem no tempo. Assunto que sempre causa discussões controversas, pois existe o paradoxo do tempo básico: se realizo um ato no passado o futuro muda, e se muda cria uma realidade paralela ou altera a realidade que vivo? Exemplo clássico: se eu matasse Hitler haveria o Holocausto? Temos diversas posições quanto a isso e dentro dos filmes sempre vemos esse debate. Temos o caso Looper, o filme novo com Bruce Willys como protagonista, no filme ele é um assassino localizado no presente que mata mafiosos, criminosos ou outros Loopers enviados do futuro, em determinado momento ele deve “se matar”, daí o loop, o eu do presente deve detonar o eu do futuro, o que ocorre é o eu do futuro voltando com o intuito de consertar as coisas e esse conserto acontece com o eu do presente precisando morrer terminando com todo o ciclo de mortes que vinham ocorrendo. O filme Looper traz a visão de uma única linha do tempo ligada diretamente ao passado. Pegando por um outro viés temos o filme nacional O Homem do Futuro com Wagner Moura, onde ocorre justamente o contrário, cada retorno ao passado para aparar uma aresta gera uma nova realidade, acontecendo do filme concordar com a teoria do multiverso não havendo uma solução para a confusão que o primeiro retorno ao passado criou. Assim nunca teremos uma resposta com exatidão do que poderia ocorrer se viagens no tempo de fato existissem, apenas podemos escolher aquela que mais gostamos e torcer para que seja a correta.

sexta-feira, 29 de março de 2013

MAN - Steve Cutts

Gostei pra caralho desse vídeo, porque ele pega pesado com a relação entre nós e o pobre do Planeta Terra. assista e me diga o que pensa.
Sobre o cara que elaborou é um artista britânico que faz animações pessoais e trabalha para empresas. Ilustrador também, pensei que o perfil dele era voltado só para essa área de crítica, mas vasculhando lá pelo site oficial dele percebi a vontade de fazer animação e ilustração, sem esse foco exclusivo de crítica.
A música de fundo se chama Hall of the mountain king, é uma composição clássica, mas ficou fuderosa na versão do Apocalyptica, uma banda da Noruega, mas isso é outra coisa. Fiquem com o curta:

MAN - Steve Cutts