sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Filme da Semana - A Lenda dos Guardiões – As Corujas de Ga’hoole

É uma animação de alta qualidade, não apenas pelo visual, que é muito bem colorido e elaborado, mas pela forma como a história é tratada. Sou muito chegado em animações, tanto as orientais quanto as do ocidente, mas as daqui ficam a dever muito, uma ou outra sobressai tanto no aspecto técnico quanto na forma de contar a história. A produtora do filme é a Warner Bros., uma das que mais gosto dentre as grandes. O mote para o desenrolar da trama é bem simples, um jovem sonhador cresceu ouvindo as histórias do pai sobre os Guardiões do povo das corujas, sempre levou essas lendas muito a sério, acreditando fielmente no bem e no mal, escolhendo o primeiro como caminho a seguir. Num determinado momento surgem os vilões sequestrando diversas corujas jovens para um propósito obscuro, o protagonista se mete em uma jornada em busca dos Guardiões por perceber que o grande vilão das lendas havia voltado e portanto o herói seria novamente necessário para o extermínio desse mal. Essa é a base sobre a qual são construídas as relações dos diversos integrantes dessa aventura, além das corujas temos uma serpente e outros bichos que aparecem, hora para atrapalhar hora para ajudar o grupo. O legal dessa aventura toda é o critério de honra, de amizade, de verdade e honestidade dentro das relações, também aparecem traições, malícia e muita sinceridade, com uma pegada sombria porém épica. Certos momentos do filme você tem a sensação de já ter visto a cena em outro lugar, e isso é verdade, clássicos da grande indústria cinematográfica utilizadas no intuito de dar maior profundidade à trama. O diretor consegue. Não utiliza da violência de forma gratuita e nem de sensualidade tirando o apelo típico de filmes nessa linha. Não é um romance que guia a trama, mas a noção de família e comunidade, não temos aqui um mocinho salvando a mocinha, temos um herói salvando seu povo. Coisas menos egoístas como essa deveriam ser mais expostas e estimuladas ao invés desse monte de filmes infantis levando aos pequenos desde cedo procurar ser o melhor sozinho, único, herói salvador, longe do senso de grupo, apenas em busca da princesa e do tesouro.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Eventos do Fim de Semana

Boa noite vaidosos, abaixo estão dois cartazes de eventos que acontecerão nesse fim de semana. Um em São Lourenço da Mata e o outro em Camaragibe. Compareçam e fortaleçam a cena rock de sua cidade, consequentemente de seu estado.


Gantz

Ainda não havia falado aqui da minha paixão pelos quadrinhos. Ou falei? Creio não ter comentado sobre nenhum. Mas vamos começar com um mangá. Pode criticar que mangá não é quadrinho. É o que então? Muda só a fonte, mas o básico, contar uma história com desenhos sequenciais em um revista, é história em quadrinho.
Trouxe para vocês hoje Gantz, um mangá de uns anos atrás, coisa fina. Quando comecei a ler pensei ser apenas uma história de ação com um fundo moral e tal e tal. Mas começou a ficar melhor quando a ficção científica ficou mais densa, os argumentos mais trabalhados e a pancadaria foi aliada a explicações muito loucas sobre tecnologia de ponta e fontes extraterrenas de informação. O traço é um espetáculo, muito preto, muitos detalhes, precisão nos cenários, fidelidade aos personagens. Não é a toa que li do começo ao fim em uma semana. Pode até pensar ser um desocupado sem obrigações, mas é impossível desprender os olhos da revista antes de chegar ao fim da história. A exuberância do traço, os textos precisos e o sci-fi mais e mais pesado.
Os problemas da história, como não poderiam deixar de ser, são o lado meloso do romance do protagonista e algumas forçadas de barra para manter a personagem principal viva. São os dois pontos gritantes das falhas no roteiro, mas aqui e ali há pontas soltas, lendo você vê que certas “coincidências” e “fatos aleatórios” ajudam a trama a caminhar de forma “predestinada” e isso em certos momentos cria um complexo de deus que tira um pouco da graça do mangá, mas nada capaz de atrapalhar o interesse em continuar a vontade de ler.
Sobre o mote da história é o seguinte: um colegial japonês, como não poderia deixar de ser, se envolve na tentativa de salvar um mendigo bêbado dos trilhos do trem, algo que dá muito errado e nosso herói acaba morto. Porém ele não morre definitivamente, acorda em uma sala com uma esfera negra no centro e tem a missão de matar um alienígena para poder continuar vivo. Isso ocorre noite após noite, a medida que ele retorna para essa sala, e conhece outras pessoas, mais detalhes sobre essa esfera, e sala, são revelados.

Se tiver interesse em ler existem diversas fontes na web para esse mangá. Não posto aqui um link para download de tudo, pois ainda estou organizando o banco de dados da Vaidade. 



quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Como ser romântico?

Playing Bass - PEPEi
Estou querendo escrever uma música de amor, mas não aqueles amores assexuados de música mela cueca, nem aqueles amores só putaria de novinha e forró safado. Tem o amor gaia de Reginaldo Rossi e muitos outros bregas, tem o amor solidão, desejo não realizado, da mulher que é feliz com o outro e o cara diz ainda assim ser feliz por ver ela bem com outra pessoa, a vá! É tanto clichê imbecil de “música romântica” que não sei qual caminho tomar na hora de escrever a letra, por isso ainda não comecei a escrever, tenho toda a ideia de como será a temática para trabalhar, mas me faltam as palavras e a forma dos versos para colocar. Na minha cabeça o amor tem aquele carinho, o cuidado com a pessoa amada, o desejo de permanência e continuidade típicos do amor, mas também tem o desejo sexual, o tesão, a vontade de foder a pessoa, com a pessoa, na pessoa. Então, não são formas incompatíveis, são necessárias à existência do amor entre duas pessoas, não é só aquela coisa bonita e afrescalhada de palavras doces e dedicação, mas também não é só derrubar paredes, quebrar camas e uivar como animais no cio, é a mistura muito bem dosada dessas duas faces com milhões de outras coisas, fracas e fortes, sensíveis e brutas, leves e pesadas.





terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O Vaidoso entrevista: Piloto Automático


Domingão a tarde lá no bar A Sede, na Rua Tomazina, Bairro do Recife, entrevistei a banda Piloto Automático, abaixo segue no que deu nosso papo.
Se preferir ouvir ao invés de ler dá o play macaco:



1 – Boa tarde galera da Piloto Automático, vocês são a terceira banda que passa por aqui pelo Vaidade e gostaria de saber o porque do nome de vocês. É algo que pergunto a todo mundo, pois o nome geralmente está ligado a identidade da banda.

Tomáz: A história desse nome é um pouquinho complicada, tem uma história bem engraçada assim. Antes de ter um nome a gente já era uma banda, a gente não montou a banda já pensando num nome não, a gente tava tocando há um tempo e aí rolou o primeiro show. Aí chegaram pra gente “E aí pô, qual é o nome da banda de vocês?”, a gente “Porra...” nem tinha nome ainda aí Pedro, o baterista, chegou “Não, é Piloto Automático”, saiu na hora tá ligado? “Agente porra véi, Piloto Automático”, aí até hoje ficou o nome.

2 – Vocês estão no trabalho de divulgação do 1º EP, como é fazer isso na cena independente pernambucana?

Rangel: Bicho é complicado, é tipo você lutar numa guerra sabendo que nunca vai vencer, mas você luta. A gente faz o que pode, a gente usa a internet, usa outros meios de tecnologia, temos nosso próprio website, fazemos a divulgação através de amigos. Imprimimos, conseguimos fazer as cópias dos CDs, CD físico, distribuímos da melhor forma possível. Desse jeito que rola. No boca a boca também, falando com os amigos e tal, etc.

Tomáz: Tentamos fazer todos os materiais da melhor forma possível, assim, tentando do melhor nível que a gente pode, dentro de nossa capacidade e nosso orçamento financeiro.



3 – Vocês tem influência do stoner, mas percebo outras linhas de rock ali no som de vocês. Quais são as principais influências da banda?

Tomáz: As influências da gente são muitas, desde Luiz Gonzaga, do baião, até do stoner, do Queens (of the Stone Age), do Kyuss e várias outras bandas, até do Pixies também que já é uma outra linha.

Rangel: A gente tem assim além das bandas da Califórnia, do stoner californiano, do Kyuss, Brant Bjork, Queens of the Stone Age, a gente tem influências de rock alternativo norte-americano tipo Sonic Youth, Pixies e de rock clássico também, Black Sabath, Led Zeppelin. Apesar dessas influências algumas delas não estarem tão claras assim no som da banda a gente tem uma forte influência. De bandas nacionais a gente tem como influência acho que um pouco de Nação Zumbi, que também não tá tão claro no som da gente. Zephirina Bomba, que é uma banda punk de João Pessoa e punk rock old school, tipo Black Flag, Bad Brains, coisas desse tipo, Melvins, banda importante do rock alternativo de Seattle.

Tomáz: Assim, o que a gente pensa é que as músicas da gente são bem abrangentes, tipo não pode estar influenciando, pode não estar tão claro agora, mas nas músicas que estão vindo já pode estar mostrando mais, tá ligado? E assim vai.

4 – Quem vê um show de vocês vê muito experimentalismo no palco, com umas guitarras bem pesadas. Quais são os elementos, ideias e timbres, que vocês buscam mostrar para o público?

Tomáz: Bicho a gente tenta mostrar o que vem na cabeça, assim, as vezes a gente escuta uma coisa legal de uma banda, as vezes a gente tá tomando uma e vê o céu azul, acha aquele céu legal e tenta retratar isso tá ligado? Não é uma coisa que tá ligada só na música, assim, a gente tenta retratar o dia-a-dia da gente. Tudo.

Rangel: E também vem da vontade da gente de tirar um som experimental no sentido de diversificar o som da banda, não só ficar aquela coisa limitada ao stoner, às guitarras em tom mais grave. Assim, o máximo que a gente puder fazer para diversificar o som tá valendo.



5 – Gostei bastante da música de trabalho Estrada Deserta, ela foi feita para alguém em especial ou para alguma situação vivida?

Rangel: Bem, muitas pessoas pensam que essa música é pra alguém, pra alguma mina, pra alguém. Não. Na verdade eu vou entregar aqui o grande segredo dessa música, pelo menos uma parte dele. Essa música foi influenciada por um filme, chamado Corrida Contra o Destino, é um road movie, é um filme que foi feita a primeira montagem nos anos 70, 1971, e tem um remake de 97, o nome dele original em inglês é Vanish Point. Narra a história de um ex-policial, que é ex-guerrilheiro do Vietnã, ex-piloto de corrida, que ele depois que é expulso da polícia ele assume um emprego de entregador de carros, ele transporta, ele sai cortando as highways norte-americanas pra entregar os carros. Só que um belo dia ele faz uma aposta de levar um carro, qual é o carro? Acho que é um Dodge 70 do Colorado a São Francisco em um dia, só que um certo, determinado, momento da estrada ele ultrapassa o limite de velocidade e começa a ser perseguido pela polícia rodoviária americana aí começa a se desenrolar a história. No filme acontecem várias coisas, cenas de ação, de perseguição, de romance e a trilha sonora é bem rock’n’roll. Aí assim, na verdade a ideia de Estrada Deserta foi a de colocar, fazer, uma letra meio obscura com umas coisas misteriosas numa canção meio pop, com a melodia pop, na verdade a tentativa da música é essa. E tem umas coisas misteriosas ali que só quem escuta vai ter que desvendar por si só.

6 – Há bastante entrosamento no palco, no cd, entre vocês, fica claro isso quando a gente assiste o show. Há quanto tempo já rola essa história chamada Piloto Automático e qual a maior realização como banda?

Tomáz: A gente tá junto desde 2007, como power trio, e a partir de 2008 com Zurk(Rangel), o guitarrista, o outro guitarrista, como quarteto, foi a melhor adição que a gente podia ter feito e bicho acho que a maior coisa que a gente fez na banda foi lançar o EP, porque atualmente isso é uma coisa difícil, que a gente passou por todas as etapas e sabe que pra conseguir é ralação. Porque a gente lançou o EP assim, do jeitinho que a gente queria, exatamente do jeito que a gente queria, prensado, aí realmente foi uma ralação forte. Lançou o clipe também, tudo no faça você mesmo tá ligado? Tudo foi a gente que fez, desde a arte do CD até o clipe. Tudo no clipe foi a gente que fez, tudo no CD, tudo, tudo, tudo.

Rangel: Também assim, pessoalmente, minha maior realização é tocar com esses caras. Com Alfredo, com Tomaz e com Pedro, assim, eu tô disposto a tocar com eles em qualquer lugar, qualquer palco, qualquer local, contanto que o som esteja bom e a gente consiga transmitir a mensagem da gente, aí tá valendo.



7 – Ao vivo vejo muito material que não entrou no EP, são composições que vem surgindo no decorrer dos shows e existe alguma previsão para gravar esse material?

Rangel: Bem, as composições surgiram em meio a um ensaio e outro. As vezes cada um faz uma parte em casa, chega com a demo, mostra no estúdio, aí os outros completam. É mais assim, a gente tenta sempre deixar bem claro nos shows assim, passar honestidade das músicas da banda. Basicamente é isso.

Tomáz: Uma coisa que foi legal assim na banda da gente é que a gente pensa música vinte e quatro horas por dia, sempre pensando na banda. Às vezes eu tô na faculdade e tô pensando na banda, tipo pô eu acho que ficaria massa uma música assim, tanto Rangel, quanto Alfredo, quanto Pedro. Pedro as vezes tá conversando com a gente, tá batucando, sempre pensando em alguma música nova, sendo que o que impede muito, as vezes, é a oportunidade de gravar mesmo. Porque assim, música a gente produz até muitas, sendo que nem sempre a gente tem o tempo nem a oportunidade de conseguir gravar todas, aí por isso a gente se planeja bem pra conseguir dar andamento a banda, porque não pode parar, tem que continuar gravando, lançando coisas.

8 – Agora a pergunta final que faço a todo mundo que entrevisto: qual o conselho para quem quer montar uma banda e tentar a vida no meio musical?

Rangel: Primeiro você tem que encontrar os caras que tem a mesma afinidade musical que você. Segundo: você não precisa ser perfeito, não precisa ser músico formado, mas assim, você tem que ensaiar bastante pra quando você tocar ao vivo as pessoas verem que você é bom, que você toca com paixão, é isso que vai fazer as pessoas prestarem atenção em você. Na verdade o conselho que eu dou é esse e sempre ser fiel e honesto ao som que você quer fazer, nunca ir na onda de modismos, de nada. Faça você mesmo.


Tomáz: Exatamente, acho que assim. Tudo o que Rangel falou foi perfeito e correr atrás bicho, ter perseverança, ter vontade mesmo, porque muitas vezes a pessoa desanima. Agora se você gostar do que você faz não desanime não. Corra atrás, faça, tipo, muitas coisas que a gente fez pra banda a gente não sabia fazer. Fazer um clipe, fazer site, mas a gente aprendeu, correu atrás, aprendeu pra conseguir fazer. Muita coisa se a gente não corresse atrás não faria, sendo que a gente correu atrás e fez. Então é isso, é vontade de fazer o que gosta. Porque fazendo o que gosta, você tem motivação pra conseguir fazer o resto.

Se quiserem saber mais sobre a banda acessem o site deles. Abaixo está o clipe da música Estrada Deserta para atiçar a curiosidade.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Amar

Crédito: Erik Kim
Já ouvi tanta definição de amor que nem sei mais como definir, só sei de uma coisa: ele tem tantas formas quanto tem pessoas no mundo. Não existe a forma certa de se amar, de se relacionar com a criatura amada, apenas se ama. Seja um casal, hetero ou homoafetivo, seja um trio, quarteto, quinteto, etc, tenha sexo ou não, seja na mesma casa ou separados, o amor não escolhe a maneira como irá acontecer, nem as pessoas tem exata certeza de como e porque amam. Apenas amam. Então criticar um casal gay morando juntos, ou a família cristã em seu modelo milenar é errado, forçar o outro a agir da forma que sua concepção de relacionamento acredita ser correta também é um erro. Amar pressupõe as partes estarem felizes em viver daquela maneira, conheço gente que namora há uma década ou mais e não tem o menor interesse em morar juntos, já tem outros morando juntos desde a primeira semana de relacionamento, já li em jornais histórias de três homens e uma mulher vivendo juntos há mais de cinco anos, e vivendo muito bem. Então porque vamos criticar a forma do outro viver se não há violência, não há mágoa nem mal estar entre as pessoas dentro daquela relação? Será que nossa infelicidade sobrepõe a capacidade de perceber a beleza do amor no lugar onde ele habita? Somos assim tão miseráveis para não respeitar as opções felizes de vida dos outros? Devemos sempre buscar impor nossa verdade, seja ela no amor, na política, na religião, para nos sentirmos verdadeiramente completos? Acredito não ser esse o caminho para o amor circular em todos os corações, um sentimento tão belo e capaz de realizar coisas tão maravilhosas.




domingo, 26 de janeiro de 2014

Explicações

Esse hiato todo aqui no blog foi pelo simples fato que deu uma chuva do cacete lá onde moro e entrou água lá em casa, já falei sobre os problemas de drenagem de Recife aqui. Quem nunca passou pela experiência não sabe a desgraceira que é...perdi uma coleção de revistas, alguns livros, tive que me mudar, fiquei sem internet até recentemente, foi quando reorganizei as ideias, consegui me preparar e agora estou voltando a postar, mas com uma novidade muito boa: todos os posts terão um arquivo de áudio com a leitura da postagem para os deficientes visuais poderem também ouvir as palavras do vaidoso aqui.

Então aproveitem essa nova fase, pois as sessões são as mesmas com muito mais conteúdo!