quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Amar é coisa

Amar é coisa sem reservas. Em casa você tem um botijão de gás reserva, um garrafão de água mineral sobressalente, um outro rolo de papel higiênico, no trabalho o backup dos arquivos, a outra caneta, dois blocos de nota, um segundo pendrive, mas no amor não. Bocetas, rolas, cus, existem aos montes, outras bocas, outros corpos, mas outro amor não. Você não ama igual, cada amor é um, sem reservas, sem comedimentos, sem vergonhas. Não existe o outro sobressalente, isso é no trabalho onde todo mundo é substituível, mas na vida pessoal, no arrepio que sobe pelo pescoço, no sorriso que desarma, na ereção repentina, no cheiro único de um perfume encontrado em qualquer loja temperado com o suor daquele único corpo não há substituições.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Era isso, ela tinha o melhor boquete de toda a cidade. Minha rola já conheceu muitas bocas. Com dentes, sem dentes, apenas língua. Murcha, grande, maquiada, com batom vermelho e com batom preto. Com cárie, branca depois do clareamento, depois de um freegells, depois de um pirulito, mas nenhuma, nenhuma boca superava a forma como ela engolia meu pau. A conheci como conheci diversas outras, por amigos de amigos, a gente conversou um bocado na primeira noite, depois trocamos número de telefone e nos bandeamos para um bate papo mais íntimo, pelo celular, sem ouvidos alheios ao redor. Trocamos fotos pelados e insistia em querer foder sua boceta, mas ela, puritana toda, dizia que antes do casamento não. Caralho eu pensei, de onde vem esse tipo de alienígena? Lá pelos meus quinze ainda tinha quem dissesse isso, mas agora, no alto de meus trinta anos, não havia mulher a dizer isso. Aí eu me ouriçava todo e perguntava, como tu me manda essas fotos deliciosas mas não quer dar? A resposta simples, isso não tira cabaço. Porra mulher e agora como a gente se resolve? Fácil, te dou meu cu. Ah cu não, isso é coisa de viado, se eu quiser cu pego um fresco qualquer daqui e enrabo. Então deixa eu te chupar e tu desiste fácil da minha boceta. Eu ri, ri muito, embolei de rir no sofá assistindo guardiões da galáxia. Eu disse só se tu vier agora e me convencer. Não deu meia hora ela estava na minha porta, num carro alugado, não era táxi, transporte particular pago, carona on line. Vocês sabem o nome. Mandei subir, ela entrou e nem me deu boa noite, me empurrou contra o sofá, puxou cueca abaixo e fez o que nenhuma mulher tinha feito, nem as putas mais caras me fizeram gozar tão bem. Caralho que boca era aquela. Ela me chupou três meses, nove dias e vinte e seis minutos, depois disso sumiu. Porra! Desde então broxo em todos os boquetes. Nenhuma, nenhuma mulher mesmo tem aquele poder, acredito que Lovelace era uma amadora perto dela.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

ela fodia como uma psicopata
sem remorso
sem história
pensando na próxima foda
sem limites
sem regras
gozando na minha rola

ela me devorava todo
me enfiava todo
em todos os lugares
não era acrobata
não tinha talentos circenses
ela apenas me fodia todo

me comeu
me cuspiu
me usou
caralho como corro atrás dela
ela me olha e diz
você não é de nada

amo a liberdade sexual dos tempos novos
é uma delícia dar liberdade
e assim receber liberdade também

se todas as mulheres fossem tão sem pudor
quanto essa devoradora o é
seríamos um mundo muito mais feliz

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Perdi o caminho de casa e acertei um bar. Acabei de dizer que perdi o caminho de casa e acertei o caminho de casa. Casa é o bar, a outra, onde tem aquele monte de porcaria que comprei, é um depósito. Acertei a casa e errei o depósito. Saí da loja de departamentos com fardas, livros, contrabaixo, videogame para o cabaré. Eita porra, cabaré não, igreja, onde tudo o que é mais sagrado dorme. Na verdade a casa é onde mora nosso coração, acho que tem um livro famoso e abestalhado dizendo isso em algum lugar. Meu coração mora dentro de um copo e a garrafa é o corpo onde guarda meu sangue bombeando qualquer merda alcóolica responsável por manter o raciocínio ativo. Mas eu comecei falando que errei o caminho de casa e acertei o do bar. Deixa então dar loop infinito nesta merda. É isso dentro do bar, você pede um vinho e depois da terceira garrafa de vinho parece que ela fica enchendo sozinha, o líquido seca e sobe seca e sobe seca e sobe seca e sobe secoapihiofanisanofgaouhfmkam foifh oiafhiaof oisfioas f e aí já é de manhã. Você paga uma conta superfaturada e não sabe mais como contar o troco e o dono do bordel diz que o táxi tá caro mas a roupa tá suja quando você não está na sua casa e é noite merda sai daqui caralho desce outro copo e uma hora você tá sóbrio de novo e o céu não está mais rosa e desce outra dose pode ser desta merda e acho que alguém já escreveu assim antes e você erra o caminho de casa e acerta o do bar. Na verdade. Bem, caralho com a verdade.