quinta-feira, 23 de abril de 2015

Interestelar

O filme é muito foda! Esse é o resumo do filme inteiro em apenas uma frase, mas abaixo vou explicar direitinho porque disse aquilo ali.

A trama se passa na Terra em um futuro onde a comida está acabando e quase todo mundo virou fazendeiro, os demais se ocuparam com profissões que auxiliam essa atividade. Uma praga está devastando todas as plantações do planeta, extinguindo tipos básicos da alimentação tais como cereais, legumes, verduras e tudo o mais. A última espécie que ainda resiste é o milho, mas após a praga conseguir eliminar essa espécie vegetal irá consumir o oxigênio e todos morrerão asfixiados. Então um engenheiro, e ex-astronauta, é convocado para uma última missão, colonizar um dos três planetas encontrados em missões anteriores e assim levar os último sobreviventes da Terra para lá e continuar com a espécie, como pragas se espalhando pelo universo. Bem, até aí tudo normal num é? Mas a grande sacada do filme é ele ter sido feito para fãs de ficção científica que realmente sacam de ciência, relatividade, teoria das cordas e coisas afim. Ao assistir você fica impressionado com as sacadas onde uma descida a um planeta e retorno a nave em órbita levam vinte e três anos, mas os tripulantes da nave exploradora, que foram ao planeta, sentiram passar apenas uma hora e um pedaço. Outro momento é quando o astronauta principal, que agora esqueci o nome, fica preso num espaço onde as quatro dimensões são fisicamente palpáveis, criando assim uma quinta dimensão onde as três dimensões normais, o tempo e tudo isso junto são fisicamente modificáveis. Esse astronauta pode ir e vir pelo tempo como se atravessasse uma sala de uma casa de uma ponta a outra e com a capacidade de interferir na realidade utilizando-se de “cordas”. É impressionante a preocupação com a teoria dos buracos negros e as suposições das coisas que podem ser encontradas dentro dele. As quase três horas do filme pareceram poucos minutos para mim de tão bem estruturado em matéria de ficção científica. Fazia tempo o cinema pedia um filme que respeitasse a inteligência dos fãs de ficção, porque aquela besteira de Star Wars é até legal, mas muito pobre se comparado a Neuromancer, Blade Runner, a Trilogia da Fundação e a reais escritores de ficção. No final do filme quando o astronauta acorda, olha pela janela do hospital e não há céu, apenas um chão contínuo formando um imenso tubo orbitando Saturno é a cópia fiel do momento em que o Decker de Neuromancer vai ao espaço com a Samurai das Ruas. Se você estão sentindo falta dos nomes dos personagens citados eu lamento mas eu não vou “googlar” a informação, vou usar minha memória e você que procure ler os livros, assistir os filmes e aprender física quântica. Por falar em física quântica a viagem espacial do filme é pautada em hipersono, animação suspensa e buracos de minhoca, todas são teorias atuais que estão sendo seriamente estudadas nos laboratórios e grandes centros de pesquisa pelo mundo todo. Vou só explicar algumas coisas para clarear se você é um iniciante na área.
Buraco de minhoca é uma espécie de fenda espacial que liga dois pontos extremamente distantes no espaço. Um exemplo bem básico é o mesmo que a porta da sala da sua casa de um lado fosse realmente sua casa, aqui no Brasil e do outro lado, quando você atravessasse, saísse em uma rua do Japão. Cientistas buscam formas de criarem artificialmente esse buraco de minhoca para podermos atravessar grandes distâncias espaciais com economia de tempo e combustível. O nome buraco de minhoca tem a ver com o tamanho dessa fenda espacial: é atômica.

Recomendo muito assistir esse filme para se iniciar nos segredos ocultos da boa ficção científica e depois procurar esses livros, e filme, que citei acima.

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