quinta-feira, 21 de maio de 2015

História Desdita

Agora contarei a história como ela foi. Acredito que você não deva ser como a maioria das pessoas que acreditam naquilo que ouvem pela primeira vez, ou lêem. Você deve ser das que sabem muito bem como é a história: quem conta a versão “verdadeira” é o vencedor. Pois minha narração a partir das próximas linhas é a verdade sobre a melhor mentira contada desde a criação do universo. Não, não é exagero meu, já que fui o derrotado e nunca tive o direito de me defender.
Você já deve ter ouvido falar de como perdi o paraíso. Agora já sabe quem sou ou preciso ser mais explícito? Deixe-me lhe dar mais dicas. Fui o primeiro anjo criado por deus, logo após o universo ganhar forma física eu ganhei forma espiritual. O mais iluminado dentre todos, o mais belo, o mais sábio, portanto, o mais invejado pelos outros e benquisto pelo criador, esse que se diz o senhor de toda a verdade. Como todos já ouviram da boca dele, e de seus pobres profetas, eu caí por desejar tomar o trono do reino dos céus junto com toda a obra da criação. Isso é pura balela.
Lembro como hoje como aconteceu de verdade. Naquele tempo eu era o braço direito do criador, fazia tudo o que ele me pedia sem questionar por ele ser meu pai. Numa das minhas andanças pelo cosmos conheci uma outra filha dele, uma anja linda chamada Néfer, a criatura mais doce e cândida de toda existência. Apesar dela ser minha irmã não seria crime algum querer desposá-la por meu desejo ser amor, não tesão. Cortejei sua beleza durante uma eternidade e meia. Antes da criação da Terra consegui seu coração e a permissão de meu amaldiçoado pai para casarmos. Foi a celebração mais linda já vista, inclusive o criador foi o padrinho.
Nossos primeiros séculos de convivência foram perfeitos, nosso romance causava comoção nos mais rechonchudos querubins do céu. Foi justamente quando ele começou aquilo que seria o meu fim. A Terra era seu projeto mais ambicioso, há muito tempo vinha arquitetando toda a construção do lar para sua obra prima: o homem, segundo ele dizia a época. Apoiei sua decisão de colocar em marcha a construção do planeta, fiz todo o necessário, encomendei a entidades dos cantos mais longínquos do universo tudo para a realização máxima de sua onipotência. E como secretária tomei minha esposa por ela ser organizada e paciente! Como seus gestos me encantavam!
 Assim que se iniciaram as obras a minha esposa passou a trabalhar em horário integral para evitar qualquer desencaminho da obra. Por isso ele me pediu para ficar em seu lugar no céu, de forma provisória. Nessa época Gabriel era meu melhor amigo, assim como ainda é.  Tomamos rotineiramente um chá da tarde aqui no inferno, ou na Terra às vezes. Discutíamos durante muito tempo sobre diversos assuntos e alimentávamos a curiosidade de como seria a Terra quando estivesse terminada. Cada um no paraíso tinha um palpite do resultado final.
Eventualmente Gabriel ia a Terra para ver como andava o processo e voltava para me dizer as boas novidades. Até o dia onde me trouxe péssimas novas. Lembro muito bem de nosso diálogo.
- Lúcifer você confia muito em sua esposa não?
- Mas claro que sim Gabriel, que tolice sua perguntar algo desse gênero!
- Então você não vai acreditar em uma palavra do que vou lhe dizer, apesar de sermos muito amigos.
- E o que você teria para contar sobre ela? Néfer é a mais pura criatura do universo, não existe nada que se passe na cabeça de minha esposa que soe com um pingo de malícia.
- Não foi isso que vi quando fui a Terra essa tarde. Tenha certeza Lúcifer sua esposa entende de malicia muito mais que qualquer outra criatura conhecida.
- O que você está dizendo? – levantei-me do trono com as mãos trêmulas e os lábios secos – Me diga o que está insinuando!
Gabriel engoliu a saliva e soltou:
- A vi com nosso pai lhe traindo, prefiro nem contar o que faziam, nem eu tenho tanta imaginação.
Não acreditei no que ouvia, não poderia, era a mais pura mentira, mas como ia conseguir dormir até tirar aquela história a limpo?
- Lúcifer, sou muito seu amigo e odiaria mentir ou vê-lo triste. Como sei que não consegue acreditar nisto façamos um trato, desça até a Terra e sorrateiramente procure-os, terá certeza ao ver.
Prontamente aceitei a sugestão de meu fiel amigo. Com minhas belas asas voei pelo infinito desejando ser aquela história uma mentira maior que o espaço ao meu redor. Caminhei pelo novo mundo em construção, alguns vulcões aqui e ali fabricando a fumaça que viria a criar a atmosfera, em outros cantos se viam grandes lagos que seriam um dia os oceanos e mares, brotos no chão formariam as florestas e tudo existente hoje ainda era feto naquela época. Meu pés erravam pelo chão calcáreo e vulcânico, meus braços tremiam contra o vento cortante da insalubre Terra.
Num canto afastado do planeta vi meu padrinho de casamento, com a traidora, fodiam-se, faziam dos corpos um réquiem para meu amor. Maldita! Gritei para ver em seus rostos o horror da descoberta. Desgraçada! Bradei. Sem olhar para trás voei novamente para o céu afim de juntar meus amigos, o ódio me consumia. Meu maior desejo era matá-lo, era violentá-la até a morte. Desejava sangue e carne dos dois ardendo numa enorme pira consumindo meu ódio até o fim dos tempos.
Entrei no paraíso com o inferno em meu coração, juntei as cortes celestes. Exaltei-os. Contei da traição, contei da desgraça em que se encontrava o Éden, alguns me seguiram. Pegaram suas espadas, suas armaduras e escudos, me seguiram, vieram junto comigo às portas do criador. Lá estava ele com seu partido a me ofender, a inventar calúnias que aumentavam ainda mais meu ódio.
- Mentiroso! – gritava contra ele – você matou o que de mais belo já nasceu em mim! Junto com essa miserável eu enterrarei todo o meu amor!

Lutamos. Suas legiões contra as minhas. Durante eras ficamos a nos digladiar. Por fim perdi o combate como todos sabem, mas não de forma tranquila, descemos ao fosso, feridos, humilhados e esquecidos durante muito, muito tempo. Ainda recebia visitas de Gabriel. Secretamente ele me ajudou a sair do buraco onde estava caído com os outros, ajudou-me a erguer essa morada onde hoje o recebo para nossas animadas conversas. Naquele tempo ainda, meu amigo me contou o que estava acontecendo, Néfer havia engravidado do meu falecido pai, sua gravidez já estava avançada, eles não sabiam o que fazer para esconder dos outros a verdade inconveniente. Em um ato de genialidade ele a mandou para Terra alegando que estava em uma santa missão: deveria engravidar de um homem para assim levar a mensagem de amor necessária a humanidade. Dessa jogada nasceu o seu filho mais amado, o meu maior inimigo: Jesus, filho de uma traição, filho de Maria.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O movimento

Há um aspecto belo no movimento dos corpos, todo o desejo e sensualidade fluem de maneira única. Os movimentos, o contato,a sensibilidade é algo que torna o momento do toque um conjunto de sensações perfeitas. Os lábios, as mãos, as pernas. Os quadris movem-se nas linhas do tempo, seguem o ritmo de uma música de prazer. Os corpos, grandes lares do prazer, sabem que é iminente, sabem o que desejam. Não há movimento puro, apenas libido e beleza.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Artgerm ou Stanley Lau

Hoje estou trazendo um artista gráfico que já rodou o mundo com suas ilustrações: Stanley Lau, também conhecido como Artgerm.
Ele ilustrou para a DC, Capcom e outras grandes empresas do mundo. As imagens a seguir são apenas uma pequena parte do portfolio do cabra. Se gostarem podem acessar ele pelo deviantart, facebook, livestream, society6, instagram e imaginary, sendo esse último o site de sua empresa de arte gráficas junto com mais alguns artistas. Então bom proveito!


 















quarta-feira, 29 de abril de 2015

Como agir?

Fácil, é só agir. As pessoas gostam de ver ação e pouca teoria, ou nenhuma de preferência. Aja, faça acontecer, domine a teoria, mas não deixe transparecer isso, ninguém precisa saber que você é o senhor dos livros, capaz de dominar os conteúdos complexos e torná-los simples. Faça como Raul Seixas, um homem capaz de ler filosofia, direito, esoterismo, mas de uma inteligência tão impressionante que fazia o povo entender isso em suas músicas. Então a melhor maneira de agir é agindo. Não há dúvida. Outra certeza disso é ser honesto consigo, verdadeiro, pois isso o torna mais duro na queda, o torna mais resistente e lhe dá direito de mandar os outros tomarem no rabo sem pestanejar.
Outra coisa, não tenha pena, medo, receio, fineza. Seja você, mas seja firme. Não peça, faça. Se for correto e honesto aquilo realizado por você com certeza irá se impor em relação aos outros e os trará benefícios duradouros. Não use a força física, use a força de sua palavra, mas que ela seja clara, íntegra, reflexo de sua personalidade e seu ideal de vida correta.
O grande problema desses tempos imbecis é justamente esse, os grande realizadores, os grandes construtores do pensamento moderno são justamente os imbecis. Os tomados por propósitos danosos à sociedade são os atuais realizadores, são os Faustos. Com Fausto vem Mefistófeles e toda sua horda de demônios, sejam eles dentro da igreja, dos salões da presidência, das universidades, das casas. Os homens responsáveis por tomar o seu destino, e daqueles que o cercam, são justamente os idiotas. Tantos fortes, honestos, com bons propósitos, parados em suas casas, com medo da injustiça transbordante do nosso sistema de justiça, totalmente capitalizado, vendido, prostituído como a puta mais barata, do cais mais fedido, da cama mais sebosa, da boceta mais imunda.

O que você está esperando então para realizar? Vamos nos livrar dessas prostitutas imundas que tomaram nossa sociedade, vamos varrer isso pra casa do caralho, nem as putas de verdade são tão imundas e danosas ao nosso mundo como esses homens de terno nos governando, comandando as multinacionais, apresentando os telejornais, escrevendo os jornais e as revistas. Vamos agir, vamos pegar um microfone e ir pra rua, tomar as praças, mostrar de quem é o país, o estado, a cidade. É tudo nosso e será nosso quando tomarmos para nós. Não como o Ocuppy Wall Street, mas como o Queime a merda toda e toque o terror nos bolsos dessas criaturas do inferno pior que o de Lúcifer. É pra agir e foder a porra toda!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Interestelar

O filme é muito foda! Esse é o resumo do filme inteiro em apenas uma frase, mas abaixo vou explicar direitinho porque disse aquilo ali.

A trama se passa na Terra em um futuro onde a comida está acabando e quase todo mundo virou fazendeiro, os demais se ocuparam com profissões que auxiliam essa atividade. Uma praga está devastando todas as plantações do planeta, extinguindo tipos básicos da alimentação tais como cereais, legumes, verduras e tudo o mais. A última espécie que ainda resiste é o milho, mas após a praga conseguir eliminar essa espécie vegetal irá consumir o oxigênio e todos morrerão asfixiados. Então um engenheiro, e ex-astronauta, é convocado para uma última missão, colonizar um dos três planetas encontrados em missões anteriores e assim levar os último sobreviventes da Terra para lá e continuar com a espécie, como pragas se espalhando pelo universo. Bem, até aí tudo normal num é? Mas a grande sacada do filme é ele ter sido feito para fãs de ficção científica que realmente sacam de ciência, relatividade, teoria das cordas e coisas afim. Ao assistir você fica impressionado com as sacadas onde uma descida a um planeta e retorno a nave em órbita levam vinte e três anos, mas os tripulantes da nave exploradora, que foram ao planeta, sentiram passar apenas uma hora e um pedaço. Outro momento é quando o astronauta principal, que agora esqueci o nome, fica preso num espaço onde as quatro dimensões são fisicamente palpáveis, criando assim uma quinta dimensão onde as três dimensões normais, o tempo e tudo isso junto são fisicamente modificáveis. Esse astronauta pode ir e vir pelo tempo como se atravessasse uma sala de uma casa de uma ponta a outra e com a capacidade de interferir na realidade utilizando-se de “cordas”. É impressionante a preocupação com a teoria dos buracos negros e as suposições das coisas que podem ser encontradas dentro dele. As quase três horas do filme pareceram poucos minutos para mim de tão bem estruturado em matéria de ficção científica. Fazia tempo o cinema pedia um filme que respeitasse a inteligência dos fãs de ficção, porque aquela besteira de Star Wars é até legal, mas muito pobre se comparado a Neuromancer, Blade Runner, a Trilogia da Fundação e a reais escritores de ficção. No final do filme quando o astronauta acorda, olha pela janela do hospital e não há céu, apenas um chão contínuo formando um imenso tubo orbitando Saturno é a cópia fiel do momento em que o Decker de Neuromancer vai ao espaço com a Samurai das Ruas. Se você estão sentindo falta dos nomes dos personagens citados eu lamento mas eu não vou “googlar” a informação, vou usar minha memória e você que procure ler os livros, assistir os filmes e aprender física quântica. Por falar em física quântica a viagem espacial do filme é pautada em hipersono, animação suspensa e buracos de minhoca, todas são teorias atuais que estão sendo seriamente estudadas nos laboratórios e grandes centros de pesquisa pelo mundo todo. Vou só explicar algumas coisas para clarear se você é um iniciante na área.
Buraco de minhoca é uma espécie de fenda espacial que liga dois pontos extremamente distantes no espaço. Um exemplo bem básico é o mesmo que a porta da sala da sua casa de um lado fosse realmente sua casa, aqui no Brasil e do outro lado, quando você atravessasse, saísse em uma rua do Japão. Cientistas buscam formas de criarem artificialmente esse buraco de minhoca para podermos atravessar grandes distâncias espaciais com economia de tempo e combustível. O nome buraco de minhoca tem a ver com o tamanho dessa fenda espacial: é atômica.

Recomendo muito assistir esse filme para se iniciar nos segredos ocultos da boa ficção científica e depois procurar esses livros, e filme, que citei acima.

domingo, 5 de abril de 2015

Quem é você?

Quem é você que sempre marca com +1 no mesmo instante em que posto?

O Poder Feminino

É complicada a situação dos homens atualmente, como sempre foi se olharmos bem a história. Voltando no tempo há uma forte repressão dos homens sobre as mulheres, colocando-as trancadas dentro de suas casas, castelos, ocas, palácios, casebres, tabas e tudo o mais usado para moradia. Tínhamos uma sociedade machista, sexista e misógina, mas naquele tempo essa sociedade não era nada disso, pois não existiam esses termos, nem essas concepções, apenas era a forma de se viver. Não estou aqui afirmando ser o passado um tempo justo, mas que apenas não podemos classificar o passado com nossos termos do presente, lá é lá e aqui é, bem, aqui é outra história. Mas voltando à minha ideia, acredito que os homens sempre estiveram abaixo das mulheres, elas são o grande motor da história, não o dinheiro, nem as guerras, nem os interesses políticos, mas elas, as danadas, as poderosas, as mulheres. Os homens se enfiam em guerras não para conquistar territórios, ou mostrar sua força e virilidade, mas para poderem foder com as mulheres, ou você acha o grande índice de estupros nas tomadas das cidades um fato possível de ser negado? Os homens querem mulheres. A guerra de Tróia foi por causa de uma mulher dada como presente a um homem por uma outra mulher, confuso, mas foi isso mesmo. Os vikings saíram conquistando o interior da Europa no ano mil por causa de alimentos e novas rotas comerciais, para que? Para poderem voltar as suas terras com mantimentos para mulheres e filhos. A repressão da mulher durante a Idade Média? Medo dos homens do poder que as mulheres têm, elas podiam convencer papas, depor reis, fazê-los mudarem planos de guerra e domínios territoriais, elas detinham a palavra final. Instituição mais forte que o casamento? Capaz de fazer homens passarem por uma situação onde apenas a mulher é o destaque? Quem se importa com o terno do noivo, se o vestido da noiva é o grande centro das atenções? A reprodução advinda da mulher, tido como fato mágico, uma concessão única dada a elas pelos poderes miraculosos e místicos da natureza.
As mulheres detêm o poder porque possuem a única coisa que todo homem almeja o dia todo, todo dia, uma boceta, os homens fazem de tudo por causa disso, e falo tudo mesmo, talvez os grandes intelectuais sejam sexualmente frustrados, ou mal amados e por isso se dedicam tanto aos estudos, mas do homem pobre ao homem rico, todos almejam viverem cercados por mulheres o tempo todo, poder usá-las de todas as formas. As marcas de bebidas, carros e objetos ligados aos homens não deixam isso em branco e usam todo seu poder de convencimento através da vinculação da imagem da mulher ideal dos tempos atuais a seus produtos. As mulheres mais inteligentes, cientes desse poder, dominam os homens, estabelecem uma relação de poder onde elas detêm o controle, usam de seu corpo para fazer prevalecer a sua vontade. Nem precisa ir para a cama, apenas insinuação, olhares, pedidos do jeito certo e pronto, o homem está no chão, cede seu lugar em um ônibus lotado, dá preferência na fila ou faz um favor que não concederia a mais ninguém.

Homem é bicho besta, a maioria pelo menos, e boa parte das mulheres, infelizmente, também. Não perceberam o poder que têm, a força de sua boceta. Se meu comentário aqui é machista? Acredito não ser, falo do ponto de vista de um homem que convive em círculos masculinos heteros, os homossexuais não são enganados dessa forma, escapam do poder delas. A maioria dos homens heteros desejam diversas, incontáveis, inúmeras, mulheres. Escuta Velhas Virgens, Ultraje a Rigor, leia Xico Sá, Bukowski, assista os filmes, pode observar, os maiores roteiros de cinema, que atraem o maior público são aqueles onde o homem muda todo o seu roteiro para chegar no objetivo final: ficar com a mulher mais foda do universo. Os poucos que não caem nessas armadilhas são os capazes de perceber esse mecanismo e desviar das principais armas das mulheres inteligentes. Já as mulheres burras são iguais aos homens burros, servem como ótimos pontos de observação para aprendermos como se dão a maioria das relações.

terça-feira, 24 de março de 2015

Whiplash - Recomendação da Semana

Primeiro vou falar de minhas impressões do filme: karatê kid da bateria, com algumas ressalvas. É interessante como é colocada a obsessão do baterista em ser o melhor do mundo. Ele treina, treina e treina. Esse excesso de treino é a grande diferença entre ele e o karatê kid, o baterista já tinha uma bagagem prévia e se esforça para ir além de seus limites. A grande sacada é: não existe dom, mas sim exercício, treino, prática, preocupação em saber fazer bem feito, sem preguiça, sem má vontade. Como diz a personagem de J.K Simmons em uma frase espetacular: There are no two words in English language more harmful than “good job”. Traduzindo: Não existem duas palavras mais nocivas na língua inglesa do que “bom trabalho”. Isso não se aplica só à musica, mas a tudo. Você elogiar um preguiçoso, um incompetente, um que faz o serviço de qualquer jeito. Nesse momento onde a frase é dita está acontecendo um diálogo fundamental entre Neyman e Fletcher, as chaves mestras do filme.
Para quem conhece música de verdade, sabe de onde ela vem e para onde a miserável vai. Nada mais prejudicial do que esperar genialidade de um ser que nunca pega no instrumento e quer colher os louros da fama. Por pior que seja a música de um Michel Teló, Luan Santana ou Calypso o bom músico reconhece: todos esses estudaram muita música. Por incrível que pareça, o tal do Psy tem carteira de músico e é formado em conservatório, ele apenas escolheu ganhar dinheiro e para isso só é fazer música babaca para o povo ignorante de processo criativo e com a tradicional preguiça de pensar e ouvir.

Da mesma forma funcionam as empresas privadas de grande porte: elas contratam os melhores, com muita prática e exercício, pagam pouco para eles e fazem parecer para a grande massa que aquilo é simples e qualquer um em algum momento iluminado é capaz de produzir a mesma qualidade de material e serviço. Whiplash me fez perceber isso com muito mais clareza: a boa música vem de muito exercício. Mas uma coisa básica do meio artístico Whiplash omite: boas amizades colocam em evidência, ou até no sucesso, músicas de péssima qualidade.
No filme o espectador acompanha a luta de um músico para ser reconhecido e alcançar a excelência em execução para poder ficar no mesmo patamar dos gênios e ídolos do estilo musical selecionado como seu. Assistindo você até pensa: basta ser muito bom e praticar o suficiente, Deus dá a graça, mas se levado a sério se percebe que não há Deus, nem graça, existe sim uma grande chance de se decepcionar, uma chance maior ainda de dar errado todo o plano e que o talento não existe de fato, só a vontade de crescer e continuar é verdadeira.

Antes de encerrar queria só ressaltar algo extremamente notável: a trilha sonora do filme é foda. Escuto quase todo dia pela qualidade das músicas e a preocupação com um material de primeira linha. Raros os filmes hoje capazes de juntar músicas coerentes com a história e ainda assim ser interessante de se ouvir, posso citar alguns filmes aqui como Onze Homens e um Segredo, Sucker Punch, Guardiões da Galáxia, A Onda, Juno, Scott Pilgrim e Pulp Ficiton. Portanto se não gostar do filme sugiro que pelo menos pare para ouvir a primorosa OST(Original SoundTrack). Logo mais farei um post sobre OSTs.

quarta-feira, 18 de março de 2015

O Fiel e a Pedra - Osman Lins

Eu vou publicar resenhas e comentários sobre Osman Lins quantas vezes quiser, se não gostar pode pular isso aqui. Porque Osman Lins? Simples, o cara domina a língua, ele escreve fantasticamente. O livro de hoje é O Fiel e a Pedra, romance que retrata sobre escolhas, opções, formas de viver. A personagem principal é um homem que tem um passado de escolhas erradas e um filho a caminho. Ele e a esposa estão em um momento decisivo da existência, o homem precisa provar quem é, no ambiente árido e másculo do interior nordestino. Bernardo, esse seu nome, deve prover a família, aceitando assim a tarefa de cuidar de uma espécie de sítio distante da cidade onde mora e apenas ele e sua esposa devem ir para lá, botar rédeas nos homens que vivem no barracão e são responsáveis pelo funcionamento do lugar. A narrativa é seca, dura, rasga como cachaça. Lenta, a trama vai sendo desfiada pedaço a pedaço, o leitor deve ser paciente para apreciar os acontecimentos. A difícil missão de Bernardo é assumir um lugar de homens duros, realizando o desejo de um velho comerciante casado com uma interesseira e um irmão invejoso de suas posses. As voltas que vão sendo dadas da apresentação do herói até sua quase morte nos deixam tensos com cada movimento.
Acervo Pessoal.
Um livro que retrata tempos onde homens eram homens(favor não confundir com sexismo, machismo ou coisas assim), mantinham suas palavras, mas sem heroísmo, sem grandes imagens, apenas homens tratando das coisas comuns do dia, empenhando sua reputação nos acordos, nos tratos. Porém Osman mostra que esses tipos de homens são tão raros na ficção quanto os são na vida real, apenas o protagonista da trama tem esse comportamento, essa envergadura moral, os demais são frouxos, ou tem interesses mais fortes que as promessas feitas, ou apenas querem dinheiro e subsistência, mais nada além disso.
Ler o livro exige do leitor tanto quanto de Bernardo, você deve penetrar lentamente na história, acompanhar o ritmo de coisas passadas no tempo vagaroso, na calma de quem esperar acontecer cada fato com o tempo necessário. Nosso costume de tudo rápido, ligeiro, terminando antes mesmo de começar não tem nada a ver com o livro, pois nele tudo vai de acordo com seu tempo: o dia antes da tarde e a tarde antes da noite. Diferente de hoje não? Quando a tarde parece vir antes do dia e a noite antes do entardecer. Vivemos tempos céleres e quem poderá nos defender deste pressa? O Fiel e a Pedra nos remete a uma época onde viver era acompanhar uma cadência lenta onde cada próximo passo era diretamente ligado ao anterior e dependia de uma execução completa daquele movimento para este ser iniciado.
As imagens criadas por Osman Lins me prenderem, como todos os outros livros dele. É impossível não imaginar aquele homem duro, com sua fiel esposa, tomando em suas mãos os rumos de um lugar malassombrado sem saber a sorte imbricada naquele espaço físico maldito. Bernardo prova ser um tipo raro, assim como as paisagens retratadas ali, naquele romance. Ao lê-lo lembro das viagens que empreendi criança com meu pai e como mudou a paisagem desse interior, antes com cara de algo afastado e diferente da civilização, hoje apenas simulacro de cidade grande.

O Fiel e a Pedra leva quem lê a medir-se, pesar-se, afiar-se. Aquele tipo de livro que leva a questionamentos morais, nos traz de volta ao citado no primeiro parágrafo: até onde um homem pode suportar o peso de suas escolhas?

segunda-feira, 16 de março de 2015

Impeachment

Você pega essa bazuca e dá uns tiros ali, tá vendo? – apontou para o meio dos carros da polícia. Quero todos eles voando. Dispara pelo menos umas oito vezes, e só mira nos carros, certo? Quero muita confusão, fumaça e correria. Vai segurando as pontas aí enquanto vou me preparando ali atrás com o Esquadrão da Morte. O negócio vai ficar muito feio e quero você como uma rocha aqui. Vocês três! – continuou o líder – deem cobertura para ele e você aí moleque para de tremer, tu que vai recarregar uma bazuca enquanto ele atira com a outra, entendeu? Não quero ver essa ofensiva falhar. O tempo é curto pessoal, vamos, vamos! Podem começar agora.
Libertem os reféns ou iremos entrar para tirá-los a força – bradou a voz no megafone. O líder entrou mais no shopping, por trás da segunda linha de barricadas, estavam mais cinco homens vestidos como ele: máscaras de gás, colete, luvas, um pequeno arsenal atacado ao corpo, óculos tanto para noite quanto para o calor. Vamos lá o negócio agora vai ser rápido, tá vendo aqui? – mostrou num mapa que tinha desdobrado e colocado por cima da mesa da praça de alimentação – isso é um sistema de esgoto que dá atrás da polícia, vamos entrar por ali – apontou na direção da lanchonete de fast food, tem uma tampa ali que eles usam para jogar a comida estragada que não deu para passar adiante no dia. Quando aparecermos lá fora vai ser noite então tratem de usar essa merda desses óculos de visão noturna. Quero toda a polícia morta ao final da nossa ação, beleza? Os outros acenaram que sim com a cabeça.
Fonte: http://silentjustice.deviantart.com/art/Com-496463901
Cruzaram rapidamente o esgoto enquanto lá em cima os pipocos das explosões, os estampidos dos tiros, e toda a desgraça que eles estavam causando, se fazia ouvir com força e violência. Saíram atrás das carcaças dos carros da polícia. A ação toda não durou dois minutos, rapidamente aniquilaram a força policial, derrubaram o helicóptero e explodiram os carros da Tropa Especial da corporação. Haviam tomado não só por dentro, mas todo o estacionamento do shopping.
Pronto pessoal a primeira parte foi concluída com sucesso, agora vamos contatar as outras unidades para saber como anda a operação.
Depois de rápidos comunicados no rádio confirmaram que todos os principais shoppings das capitais brasileiras estavam tomados, os centro de abastecimento do exército haviam caído assim como os arsenais. Era tudo deles. Hora da parte dois turma.
O líder foi até o ponto mais alto do edifício ligou um aparelho com muitos botões, puxou a antena até o máximo e começou a dar os comandos, enquanto isso uma segunda, mais pesada, leva de militares trocavam tiros com a força paramilitar dona do shopping. Após tudo preparado dezesseis drones equipados com quatro bombas de sete kilotons cada saíram de pontos estratégicos de Brasília. O destino era óbvio, porém o resultado não, até onde se estenderia a guerra civil? Quantos mais deveriam morrer até erradicarem a corrupção? Bem o líder deu o comando final e nunca antes no Brasil se viu explosão tão bonita! Pedaços de políticos voando para todos os lados. Era festa e medo em todo o território nacional.
O pronunciamento do novo líder do país se daria em minutos.
Ao vivo em cadeia nacional ele tirou a máscara, não havia face, não havia nada, era oco e de seu vazio uma voz soava: povo brasileiro esse é o meu poder, esse sou eu, isso é o resultado de seu desejo, pareço com o futuro criado por sua insegurança, pela sua burrice. Agora irei reger esta bagaça como bem entender, pois mostrei que tenho força para tanto e quem me desafiar morre. Simples não é? É isso que desejam? É isso que querem? Então façam por vocês a justiça que acham ser correta e não essa justiça comprada e fodida pelo pau do dinheiro que todo dia goza no rabo de vocês.

A transmissão se encerrou e o dia reiniciou, sem nada demais acontecendo apenas a certeza de que tudo aquilo havia ocorrido e voltaria a acontecer caso nada fosse feito a partir de agora.

quinta-feira, 12 de março de 2015

O corpo é a maior fonte de prazer do ser humano

Fonte: http://walnut1959.deviantart.com/art/Bodies-271819226
O corpo é a maior fonte de prazer do ser humano, o próprio corpo é a maior fonte de prazer para um ser humano, o corpo é a maior e mais inigualável fonte de prazer para o ser humano, foda o corpo como se fode tudo, transe o corpo como a maior e mais impossível fonte de prazer, goze o corpo como se goza no maior dos tesões, o corpo é instrumento de prazer, não o torture nunca, não o deixa com sede de prazer nunca, apaixone-se pelo seu corpo, transe-se, ame-se, foda-se, goze-se, seja a maior fonte de prazer que alguém pode ter, porque o corpo é a maior fonte de prazer que alguém pode ter, seja homem, mulher, homens, mulheres, não importa, goze, transe, foda, morda, beije, cheire, lamba, sorva, chupe, seja chupado, penetre, deixe-se penetrar, seja todas as loucuras possíveis que quiser ser, mas lembre-se bem o corpo é maior e mais íntima fonte de prazer que você terá por toda a sua vida então não ligue para os quilos a mais, ou a menos, para as partes feias, disformes, que você não gosta, não existe nada feio em seu corpo, você é lindx, ame cada pedaço da sua pele, dentro dela, fora dela, ao redor dela, seja o contato delicioso que o outro tanto deseja, seja autêntico em sua forma de amar, de gozar, de sentir prazer, não vá pela moda, pelo “se deve fazer” na hora da cama, transe como melhor gozar, transe como melhor amar, transe você e outro, você e os outros, seja tesão, olhe no espelho e queria se comer, ser devorado por sua própria libido, seja o grito de gozo delicioso no ouvido alheio. Deixe-se gozar.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Dinheiro é Fundamental


Dinheiro é fundamental para qualquer coisa. Conheço uma penca de gente capaz de se contorcer, fazer careta e ter calafrios ao ouvir, ou ler, a frase acima, mas é uma verdade. Toda experiência humana passa por algum tipo de troca entre objetos de valor, porém o dinheiro foi eleito pela maioria da humanidade como o principal facilitador dessas trocas. Precisamos do dinheiro para praticamente tudo em nossa existência, pouquíssimas faces de nossa vida escapam a essa realidade. O amor não é uma delas, a amizade não é uma delas, as relações familiares não fazem parte do que escapa. Tento pensar qual faceta de nossas vidas está completamente dissociada do dinheiro, do capital. Nosso nascimento exige o pagamento de maternidades e toda a alimentação dos noves meses, portanto há dinheiro envolvido. “Mas meu parto foi em casa, de forma humanizada”, ótimo, você é um dos poucos, mas sem dinheiro não há banheira/bacia/recipiente para a água. Foi uma parteira, você argumenta, bem, ela pode não ter uma comissão sobre cada nascimento, mas sempre damos um “agrado”, além do mais precisamos do quarto, da cama e de uma penca de utensílios que em última instância precisam do dinheiro. Então não há escapatória. Na fase escolar podemos estar em instituição pública ou privada, vamos precisar de dinheiro para material escolar, na privada mais que na pública, mas ainda assim não tem pra onde correr. Atualmente na escola pública o estado dá tudo, cadernos, livros, mochilas, fardas e por aí vai, porém as canetas acabam, as fardas se gastam, os cadernos são utilizados até o fim e será necessário repor, ou por pura vaidade para não “usar caderno do governo”.
A medida que avançamos em nossa idade mudam as necessidades, mas o dinheiro sempre estará ali para mediar nossa relação com o mundo, o grande problema disso tudo é o seguinte: a desigualdade gerada pelo acúmulo do dinheiro na mão de poucos e a ausência dele para tantos. Se houvesse uma regulação, a imposição de tetos nada estratosféricos aí sim começaríamos a pensar uma sociedade mais equilibrada. Até para se fazer revolução é necessária uma fonte de renda. Um dos caras responsáveis por pensar muito bem isso através do livro Clube da Luta admite ali no miolo da história a necessidade de um patrocínio, adquirido através de chantagem, nesse caso nada imoral em vista das práticas da empresa com o consumidor. Não adianta nada fazer planos para novas primaveras sociais se não há uma fonte de renda que sustente a revolução, ou o nome que você quiser dar. Os revolucionários precisam comer, foder, se armar, se defender, beber, fugir, reagrupar, planejar e nada pior para uma revolução do que ser incapaz de sustentar as necessidade básicas dos companheiros.
Você deve estar pensando ser esse um texto de ode ao capital, muito pelo contrário, essa forma deturpada de relações sociais, estabelecidas graças ao sistema econômico, me enoja. Esse texto é no intuito de abrir os olhos daqueles que lutam cegamente contra o capital e tudo criado por ele. Esse tipo de gente cai no erro de acreditar em uma humanidade incapaz de pensar em conforto físico e material. Estamos há milhares de anos nos desenvolvendo para chegar ao ápice do conforto e do ócio, toda nossa busca é para estarmos no máximo de comodidade possível. Nossa batalha atualmente é colocar na cabeça das pessoas a capacidade de perceber até onde é conforto e quando passa a ser luxo e coisas desnecessárias. Não peço para sermos miseráveis onde a comida de amanhã é incerta, peço para criarmos consciência suficiente para perceber o dinheiro como ferramenta de vida e não causa última de nossa existência como nos é apregoado diariamente pela grande/média/pequena mídia. Para onde nos virarmos veremos estímulo ao consumo, seja ela do grande Popstar ou do obscuro artista indie, todas as cadeias produtivas se voltam para fazer-nos gerar dinheiro e deixar naquilo vendido para nós como a grande maravilha da arte, da música, da tv ou a merda sabor prazer do momento.

Amigo o dinheiro foi desenvolvido para facilitar trocas comerciais, trocas incialmente de alimentos, roupas, ferramentas, vestimentas e demais necessidades básicas, posteriormente ele foi ganhando corpo e poder, seu acúmulo tornou os detentores de grandes quantias senhores da vida terrena, tudo se pode com dinheiro, é indubitável. Podemos ver os grandes veículos de comunicação, eles são capazes de convencer as pessoas de qualquer coisa, basta colocar a notícia da forma “correta” e pronto já estamos catequizados como querem. Quem são os queredores? São os riquíssimos empresários, os detentores do capital excessivo, os capazes de dar os rumos da sociedade, porém o desejo deles é apenas enriquecer mais e mais. Quais os nossos?

segunda-feira, 2 de março de 2015

Loish

Boa noite galera, hoje trouxe para vocês mais uma artista que sigo por essas terras imensas da internet. Só estou publicando hoje porque ela liberou. Seria bom também todos os interessados em publicar a arte de alguém pedir a autorização sabe, é a arte da pessoa e o meio de vida dela. Então vaidosos abaixo seguem os links para visualizar mais obras dela e logo mais as belíssimas imagens. Vou deixar elas falarem sozinhas, as classificações e essas putarias ficam para os fissurados em rótulos ao invés de belezas.