segunda-feira, 13 de maio de 2013

Gentileza a um preço



Mudamos os valores, isso é fato, tenha certeza disso caro amigo, mas vamos mudar novamente e mais uma vez e outra porque os valores mudam o tempo todo, pois se não mudássemos ainda seríamos os mesmo desde o tempo da pedra. Talvez o grande problema atual seja voltar nossos valores apenas para aquilo que gera renda, capital, lucro, benefício. Talvez você não tenha percebido de tão imerso que está nesse grande mecanismo criado para nos abobalhar, mas não somos cordiais com mais ninguém, a menos que ele nos prove sua capacidade de nos trazer alguma vantagem. Pode espernear aí em sua cadeira confortável, mas repare como você trata melhor aquela pessoa que lhe traz mais benefício, como você trata melhor aquele que sempre consegue mais um pão em sua sacola ou seu transporte gratuito no ônibus. Está vendo como relacionamos a capacidade da pessoa em nos trazer algum retorno por causa de nosso cordialismo? Isso não é um valor capitalista? Um valor neo liberal? Será que sempre somos assim tão interesseiros? Pense em seu melhor amigo, por que ele é seu melhor amigo? Porque vocês se dão bem? Porque ele sempre tem a melhor palavra para lhe confortar? Por que só ele entende o que se passa com você? É mesmo? Tem certeza? Será que um concordando com o outro e sempre corroborando as opiniões num é para manter a troca de favores e a reciprocidade? Veja bem suas relações, elas são sinceras? Existe mesmo amor e afeto, aquele desejo de ver o bem do outro sem querer algum retorno? Será? É a questão que as relações capitalistas criam, as relações de custo benefício.
Nesse mundo de novos valores saber exatamente o que se espera e que tipo de relações temos com outras pessoas, e elas conosco, é um exercício constante de honestidade e sinceridade com seus próprios sentimentos e valores morais. Valores. Essa questão é algo que rende um novo questionamento.

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