Mudamos os valores, isso é fato,
tenha certeza disso caro amigo, mas vamos mudar novamente e mais uma vez e
outra porque os valores mudam o tempo todo, pois se não mudássemos ainda
seríamos os mesmo desde o tempo da pedra. Talvez o grande problema atual seja
voltar nossos valores apenas para aquilo que gera renda, capital, lucro,
benefício. Talvez você não tenha percebido de tão imerso que está nesse grande
mecanismo criado para nos abobalhar, mas não somos cordiais com mais ninguém, a
menos que ele nos prove sua capacidade de nos trazer alguma vantagem. Pode
espernear aí em sua cadeira confortável, mas repare como você trata melhor
aquela pessoa que lhe traz mais benefício, como você trata melhor aquele que
sempre consegue mais um pão em sua sacola ou seu transporte gratuito no ônibus.
Está vendo como relacionamos a capacidade da pessoa em nos trazer algum retorno
por causa de nosso cordialismo? Isso não é um valor capitalista? Um valor neo
liberal? Será que sempre somos assim tão interesseiros? Pense em seu melhor
amigo, por que ele é seu melhor amigo? Porque vocês se dão bem? Porque ele
sempre tem a melhor palavra para lhe confortar? Por que só ele entende o que se
passa com você? É mesmo? Tem certeza? Será que um concordando com o outro e sempre
corroborando as opiniões num é para manter a troca de favores e a
reciprocidade? Veja bem suas relações, elas são sinceras? Existe mesmo amor e
afeto, aquele desejo de ver o bem do outro sem querer algum retorno? Será? É a
questão que as relações capitalistas criam, as relações de custo benefício.
Nesse mundo de novos valores
saber exatamente o que se espera e que tipo de relações temos com outras
pessoas, e elas conosco, é um exercício constante de honestidade e sinceridade
com seus próprios sentimentos e valores morais. Valores. Essa questão é algo
que rende um novo questionamento.
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