O livro de hoje é um clássico da
política, do mundo dos administradores públicos, ou privados mesmo, o livro é O
Príncipe de Maquiavel. Posso falar aqui de tudo já dito antes, como o porque de
Niccolo Machiavelli ter escrito o livro, para quem ele entregou, a situação
política de Florença à época da obra, mas nada disso me interessa, nem a você,
pois tudo isso já foi dito exaustivamente em diversos lugares aqui da web,
portanto vou lhe poupar dessa ladainha. E o que falar então de um livro já foi
esmiuçado até a última letra, até o último pingo de tinta dos originais e
diversas traduções pelo mundo? Vou falar do prazer de ler e reler essa obra, de
trás para frente, do meio pro fim, ou para o começo, como preferir. Já li
diversas vezes e de várias traduções, recomendo ler todas as possíveis, pois o
texto apresenta sempre nuances e assim o as interpretações da se torna algo bem
diverso. Não sei italiano para ler o original, deixa eu me corrigir, era um
língua vulgar da época que viria a se tornar o italiano.
O Príncipe apresenta um panorama
político indireto da Renascença italiana num período bem específico, mas por
incrível que pareça a forma de governar mudou muito pouco, mudaram sistemas,
mudaram personagens que entram e saem do cenário político, mas o interesse
principal permanece o mesmo: o poder. Maquiavel percebeu isso com toda sua
experiência, ele sabia que o interesse do governante é o poder, e a manutenção
dele, ao invés de benfeitorias para o povo, para os governados. Tudo ao alcance
dos administradores públicos será feito para se manter no alto, no topo da
cadeia alimentar política, alianças, traições, mentiras, maquiar a verdade,
criar leis temporárias para apaziguar uma situação e depois revoga-la, nada em
benefício do povo, tudo em benefício do homem que não deseja sair de cima. É sobre
isso que fala a obra, leia e vai perceber como é comum daquele princípio de
forma “moderna” de governar
e de como é levada a cabo a política hoje, somos sempre tratados como peças em
um jogo que não sabemos para qual lado está indo. Então leia essa obra e me
diga: acertei em meu julgamento dela? Se é que há um acertar.
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