quinta-feira, 7 de março de 2013

Uma cerveja barata e um lanche rápido



Resolvi trazer para vocês hoje o livro que me colocou em contato com Charles Bukowski, á a obra dele Misto Quente. Difícil foi parar de ler desde a primeira até a última página, daqueles livros bons e fáceis, sem arrodeio, sem frescura. Infelizmente hoje não estou aqui com ele para poder colocar as citações que marquei lá de caneta preta, pois para mim livro não é um objeto sagrado para ser preservado das marcas de seus donos, a gente deve deixar nossa marca, Misto Quente vai mais ou menos por essa linha. Pelas críticas soltas na web sobre esse livro a maioria, senão todas, afirmam que ele é autobiográfico, na verdade boa parte da literatura desse autor norte americano é dessa forma, mas não dá para saber onde é literatura(invenção) e onde é biografia, pois o livro narra a história de Henry Chinaski, um cara que é azarado, nasceu no lado pobre da civilização, sem oportunidades, sem perspectivas e com uma bocado de amigo perdedor, ele até chegar a imaginar que possui um imã para atrair esse tipo companhia. O leitor acompanha da infância à fase adulta dessa personagem e todos os percalços pelos quais passa, seu envolvimento cada vez mais pesado com o álcool como cano de escape e meio para interpretar a realidade, sua relação com as putas baratas e a vida suja do baixo meretrício, os trabalhadores que fazem serviço braçal por poucos dólares, o suficiente para pagar uma cerveja barata e um misto quente com cheiro de barata. Sabe aquele livro que lhe mostra uma realidade suja sem lhe poupar, com palavras chulas e divertidas, muito bem colocadas no contexto da história? Pois é, o livro é esse. Depois desse li mais alguns do mesmo autor, mas tive que segurar a onda, porque cada novo livro, cada novo conto, cada nova poesia você sente mais sede de álcool, parece a mística do autor e sua vida devassa, não devassidão de sexo, porque ele mesmo revela que não era tão chegado nisso, mas a devassidão da vida vadia envolvida com todo tipo de gente. Portanto se pretender ler se prepare para querer beber um bocado com boa literatura marginal. Dizem por aí que ele foi o último escritor maldito do século passado. Parece mais um mito...

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