Somos pessoas que temos desejo de
fazer o certo e o melhor, poucos são os corajosos a falar abertamente de suas
vontades e seus quereres, geralmente esses são artistas, políticos, pessoas
bem-sucedidas em quaisquer carreiras que tenham escolhido. Não são pessoas sãs,
nem muito fáceis de conviver. Pelo pouco que conheço dos expoentes em suas
áreas todos têm muita dedicação ao seu ofício, ou atividade, são profundos
conhecedores do campo em que atuam e acima de tudo amam de coração estar ali.
Mas a que custo? A custo de relacionamentos pessoais? A custo do amor de um
outro ser? Ou sua capacidade de se focar exclusivamente naquilo que ama a cega
para outros campos do existir? Não sei exatamente como responder, pois percebo
que essas pessoas tem um traço meio doente, algo fora do lugar. Os grandes
líderes não eram bons maridos, nem eram socialmente o perfil esperado de uma
pessoa, eram destoantes. Isso é virtude ou vício? Depende. Depende de que
então? O modelo social vivido hoje é doente, nos prende no trânsito, nos cobra
fidelidade e competência em empresas incapazes de reconhecer nosso talento,
somos forçados a estar sempre atualizados com tecnologia, notícias e tudo o
mais, prega um estilo de vida que nos absorve sem piedade e nos joga dentro de
um turbilhão de emoções e incertezas capazes de tirar a sanidade de qualquer
um. Então como definir se um novo Luther King ou Jimi Hendrix é um modelo ou
atestado de insanidade? Foco é fundamental, porém entregar-se cegamente a algo
é saudável? Qual o preço a pagar por seguir nossos sonhos? Estaremos sós no
topo? Ou acharemos outro deslocado como nós?
Nenhum comentário:
Postar um comentário