Paixão pela ficção científica é facilmente explicável. Como não se encantar com a possibilidade de criações capazes de substituir membros, tornar um ser humano capaz de falar qualquer idioma, ou pilotar qualquer equipamento, como não desejar a possibilidade de teletransportar-se para qualquer lugar do universo? Tais sonhos, possíveis, me fazem ler as produções dessa área da literatura. Existem diversos autores de gabarito, tanto pela linguagem utilizada, quanto pela sua capacidade visionária em perceber o germe daquilo que hoje é nossa rotina. Neuromancer é o livro que traz o conceito de Matrix como o conhecemos hoje, a ideia de uma realidade não-física capaz de afetar o mundo concreto, algo como a internet. Nesse livro você verá implantes cibernéticos, conexões neurais direto na pele. Modificações capazes de deixar os mais hardcores fãs de body modification no chinelo. Esse livro se passa num futuro hipertecnológico, cyber absurdo, com a trama oscilando entre o noir e o cyberpunk. Não é de se espantar que a trilogia Matrix é inspirada na trilogia de William Gisbon. O primeiro livro é esse citado aqui, depois vêm Count Zero e Mona Lisa Overdrive fechando o pacote da trilogia do Sprawl. Os personagens centro da trama em cada livro são diferentes uns dos outros, mas interconectados, como a realidade virtual que os cerca. Toda a trama gira em torno disso, como as duas realidades se afetam e até que ponto a tecnologia é capaz de interferir nas relações humanas. Foi um livro escrito em 1984 onde já nos encaminhávamos para o surgimento da internet e daquilo tudo advindo dela.
Recomendo como leitura por esses dois principais motivos: é um dos principais indicadores do pensamento originário da web e coloca nosso pensamento na linha do grande conflito do mundo contemporâneo: homem x máquinas. Faz-nos pensar se a relação realmente é de versus ou de cooperação.
Se forem adquirir comprem a edição da Aleph que fez recentemente um ótimo trabalho de tradução e edição, os livros são muito bem acabados e confortáveis para a vista.
es, como o próprio Michelangelo dizia, como Da Vinci comprovou em seus diversos estudos de anatomia. Todos os grandes artistas, quando falo de grande é gente responsável por captar o espírito das épocas, são intensos pesquisadores da natureza humana, do mundo, da “alma”, da realidade. Então se você ainda acredita em inspiração é por estar no primeiro estágio da iniciação artística, pois ao passar dessa visão romântica e infantil perceberá que apenas após um árduo trabalho de entrega, pesquisa, aprendizado, conhecimento e dedicação será capaz de realizar arte. Mas não acredito em arte também como pregam por aí, mas isso é papo para outro artigo.
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